Defesa da nação
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
Um país que se respeite há de
ter sempre, nos momentos mais difíceis, vozes que se alevantam em defesa dos
interesses nacionais e do povo.
O Brasil é um país de peso
geopolítico próprio, mais do que respeitável, ainda que temporariamente – com
José Serra e agora com Aloysio Nunes -, tenha abandonado a postura de
independência e altivez e se realinhado com os EUA.
Num mundo em transição para
uma nova ordem multipolar, voltamos a uma posição retrógrada.
Isto num cenário geral de
crise mundial e interna, o que acentua nossas vulnerabilidades.
E para completar os infortúnios
do momento, na esteira da controversa Operação Lava Jato se acelera o
esgarçamento das instituições e a negação da política, abrindo um perigoso
vazio muito próprio de situações pré-ditaduras.
Mas, nessas adversas
circunstâncias, sob a liderança do ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, renomados
economistas, professores, físicos, engenheiros, sociólogos, músicos,
arquitetos, cineastas, escritores, intelectuais, políticos, advogados lançaram dias
atrás o Manifesto do Projeto Brasil Nação http://migre.me/wqMLG.
Nele, com clareza e
consistência, a denúncia do desmonte do Estado nacional e a regressão de
conquistas e direitos sociais, o esfacelamento de nossa indústria a partir da espoliação
da Petrobras – que ameaçam conduzir o Brasil “à dependência colonial e ao empobrecimento dos cidadãos, minando
qualquer projeto de desenvolvimento.”
“Privatizar e desnacionalizar
monopólios serve apenas para aumentar os ganhos de rentistas nacionais e estrangeiros
e endividar o país”, assinala o documento.
E acentua que “o governo
reacionário e carente de legitimidade não tem um projeto para o Brasil. Nem
pode tê-lo, porque a ideia de construção nacional é inexistente no liberalismo
econômico e na financeirização planetária. Cabe a nós repensarmos o Brasil para
projetar o seu futuro – hoje bloqueado, fadado à extinção do empresariado
privado industrial e à miséria dos cidadãos”.
Nessa direção, os subscritores do
documento se ajuntam aos que se batem pela necessidade de se combinar a
denúncia e o protesto – no parlamento, nas redes e nas ruas – com a construção
de uma plataforma capaz de unir amplos segmentos sociais e políticos verdadeiramente
comprometidos com a defesa da Nação.
O documento sentencia que “nossos pilares são: autonomia nacional,
democracia, liberdade individual, desenvolvimento econômico, diminuição da
desigualdade, segurança e proteção do ambiente – os pilares de um regime
desenvolvimentista e social.”
Uma
palavra sensata, aguerrida e oportuna – a ser considerada e debatida
amplamente.
Leia mais sobre temas da atualidade: http://migre.me/kMGFD
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