Tanto quanto nas outras redes
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
No Estadão, leio conceitos emitidos pelo professor Pail Mihailidis, da Emerson College e diretor da Salzburgo Cademy on Media & Global Change, de Boston, EUA, acerca do cerceamento da boa informação nas redes sociais.
“As redes sociais têm que responder pela polarização que causam”, diz ele. Isto porque as ferramentas de uso na internet geram uma situação que leva as pessoas a viverem em pequenas "bolhas" de informação, nas quais não há espaço para opiniões contrárias.
O que se agrava pela profusão de informações falsas, que circulam sem resistência do público que as recebe.
Ao que se acrescenta – acentua ele - que também a mídia tradicional, em busca de público, pega carona na esteira das redes sociais e também difunde notícias falsas.
Tudo isso é verdade. Mas não é novidade.
Antes desse salto qualitativo em matéria de tecnologia a serviço da conecção entre as pessoas - as chamadas redes sociais -, os meios de comunicação tradicionais já cumprem papel semelhante na distorção das informações.
No Brasil, onde é permitido a um mesmo grupo econômico o controle da mídia impressa, TV, rádio e internet, não passa de ingênua ilusão supor que o cidadão tem acesso às informações efetivamente relevantes e confiáveis.
O acesso é parcial e dirigido. Apenas nove famílias, à testa de conglomerados de comunicação, determinam o que o brasileiro pode saber, ouvir, ver e ler.
Grupos regionais se conectam às redes nacionais e se submetem ao mesmo diapasão.
Além disso, a informação restrita aos interesses representados pelos conglomerados de multimídia, nos chega com a marca e o rótulo de uma espécie de pensamento único dominante.
Aqui e acolá uma notícia diferenciada ou a presença de articulistas de opinião própria dão um falso tom da pluralidade. Mas tão somente isso: um falso tom.
De tal modo que os conceitos do professor norte-americano são válidos, sim; mas extensivos a todas as mídias.
E no que se refere às redes sociais especificamente, bem sabemos que através de sofisticado uso de algoritmos os provedores dessas redes terminam por confinar cada um de nós aos nossos próprios grupos de afinidade.
Esse amigo de vocês utiliza regularmente as redes - Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp - pela possibilidade de alcançar, em frações de segundos, alguns milhares de pessoas. Mas com a consciência de que a liberdade para tanto é relativa e, em certa medida, o faço circunscrito à redoma a que eu, como você que me lê agora, estamos confinados.
Luciano Siqueira, no Blog da Folha
No Estadão, leio conceitos emitidos pelo professor Pail Mihailidis, da Emerson College e diretor da Salzburgo Cademy on Media & Global Change, de Boston, EUA, acerca do cerceamento da boa informação nas redes sociais.
“As redes sociais têm que responder pela polarização que causam”, diz ele. Isto porque as ferramentas de uso na internet geram uma situação que leva as pessoas a viverem em pequenas "bolhas" de informação, nas quais não há espaço para opiniões contrárias.
O que se agrava pela profusão de informações falsas, que circulam sem resistência do público que as recebe.
Ao que se acrescenta – acentua ele - que também a mídia tradicional, em busca de público, pega carona na esteira das redes sociais e também difunde notícias falsas.
Tudo isso é verdade. Mas não é novidade.
Antes desse salto qualitativo em matéria de tecnologia a serviço da conecção entre as pessoas - as chamadas redes sociais -, os meios de comunicação tradicionais já cumprem papel semelhante na distorção das informações.
No Brasil, onde é permitido a um mesmo grupo econômico o controle da mídia impressa, TV, rádio e internet, não passa de ingênua ilusão supor que o cidadão tem acesso às informações efetivamente relevantes e confiáveis.
O acesso é parcial e dirigido. Apenas nove famílias, à testa de conglomerados de comunicação, determinam o que o brasileiro pode saber, ouvir, ver e ler.
Grupos regionais se conectam às redes nacionais e se submetem ao mesmo diapasão.
Além disso, a informação restrita aos interesses representados pelos conglomerados de multimídia, nos chega com a marca e o rótulo de uma espécie de pensamento único dominante.
Aqui e acolá uma notícia diferenciada ou a presença de articulistas de opinião própria dão um falso tom da pluralidade. Mas tão somente isso: um falso tom.
De tal modo que os conceitos do professor norte-americano são válidos, sim; mas extensivos a todas as mídias.
E no que se refere às redes sociais especificamente, bem sabemos que através de sofisticado uso de algoritmos os provedores dessas redes terminam por confinar cada um de nós aos nossos próprios grupos de afinidade.
Esse amigo de vocês utiliza regularmente as redes - Facebook, Twitter, Instagram e WhatsApp - pela possibilidade de alcançar, em frações de segundos, alguns milhares de pessoas. Mas com a consciência de que a liberdade para tanto é relativa e, em certa medida, o faço circunscrito à redoma a que eu, como você que me lê agora, estamos confinados.
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