LAVAJATISMO DE OCASIÃO, COMO DANTES?
Imagine se esse rigor aplicado ontem na investigação sobre o governador de
Alagoas, Paulo Dantas, fosse despejado sobre o presidente da República, o mito
Messias. Pense na quantidade de denúncias, e evidências ululantes, de delitos
como “rachadinhas” cometidos nos gabinetes bozonazi. Seja Jair, seja a
filharada pródiga, seja pelo menos uma de suas ex-companheiras, todos da
familícia, enfim, são personagens garantidos nas denúncias de mutretas com as
verbas parlamentares, que jorram em cascatas de provas do quilate das compras
dos 107 imóveis.
Paulo Dantas, governador de
Alagoas, e franco favorito à reeleição, foi ontem afastado
da governança numa típica ação pirotécnica como as da famigerada lavajato. E
qual a acusação? Pelo divulgado, o chefe do executivo alagoano foi apeado do
posto por conta de um inquérito sobre suspeitas de algo como “rachadinhas” que
teriam acontecido em 2019 (2017 também foi ventilado), ou seja: foi excluído de
uma posição que nada tem a ver com seu posicionamento no tempo ou lugar onde se
dá a investigação. Pode isso, Arnaldo?
Se for isso possível,
Jair Messias estaria fora da cadeira de presidente há quatro anos (nem posse
teria tomado), assim como os filhotes 01, 02, 03 detonados de seus mandatos.
Nesse rumo, Val do Açaí, Queiroz, a ex-esposa 02 e outras personalidades
bolsonazistas desprovidas de foro privilegiado estariam em cana, há pelo menos
coisa de oito ou doze anos. E estamos só falando da justificativa dada para o
afastamento do governador de Alagoas, sem entrar no mérito da questão, pois –
repetindo – não se sabe que indícios existem contra Dantas, mas o mundo está
cansado de saber, ver e ouvir as evidências escandalosas de coisas como a
indústria de “rachadinhas” montada em torno do atual inquilino do Planalto.
Por coincidência,
essa investigação de anos atrás reaparece 19 dias antes da eleição, na qual o
penalizado – pois o afastamento já é uma pena – é o franco favorito.
Coincidentemente, isso acontece no dia seguinte em que o candidato rival, que
deveria apoiar a reeleição do coiso, declara que estará “neutro” na votação
para presidente.
“Eu acho que vi um golpinho”,
diria, sobre essa situação, o pássaro Piu-Piu, ao vislumbrar arapuca montada
pelo gatuno Frajola. Só que ao invés da comédia em desenho animado dos estúdios
Warner Bros, estamos vendo um filme de horror eleitoral, e do tipo B.
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