Seleção brasileira é melhor no
sistema defensivo até agora
Thiago Silva, Marquinhos e
Casemiro, além de Vinicius Junior, foram os destaques nos dois jogos
Tostão, Folha
de S. Paulo
A atuação do Brasil contra a
Suíça, até sair o gol da vitória, foi muito parecida com a contra a Sérvia,
até sair o primeiro gol. Nas duas partidas, o Brasil, na maior parte do tempo,
foi muito previsível, certinho, sem troca de posições, o que facilitava a
marcação, a não ser quando a bola caía nos pés de Vinicius Junior. Parecia o
desenho na prancheta. Isso, até o volante Casemiro bagunçar o coreto,
improvisar, avançar como um meia e fazer o gol.
Assim também aconteceu contra a Sérvia, com o surpreendente e
belíssimo gol de voleio de Richarlison.
O Brasil, nas duas
partidas, como aconteceu nos últimos quatro anos, foi melhor no sistema
defensivo do que no ofensivo. Thiago Silva, Marquinhos e Casemiro, além de
Vinicius Junior, foram os destaques durante todo o tempo nos dois jogos.
O Brasil tem
problemas e dificuldades, como todas as outras seleções favoritas ao título,
mas dá para ser campeão, mesmo sem encantar. É uma equipe segura e consistente.
Com a volta de Neymar, a equipe poderá evoluir, vencer e fascinar.
Leia mais:
Tite não deveria prender mais o time; tem que deixar a garotada jogar à vontade
https://bit.ly/3OI8aLi
Holanda x Estados Unidos e Inglaterra x Senegal farão duas
das oitavas de final. A Holanda parece melhor do que é, e os Estados
Unidos são melhores do que parecem, mesmo sem grandes jogadores. A Inglaterra
tem organização tática e bons jogadores. Contra o País de Gales, o técnico,
enfim, escalou os
melhores (Rashford e Foden). Kane ainda não marcou na Copa, mas dá show de lucidez, criatividade e ótimos
passes para gols. Os ingleses, favoritos, terão dificuldades contra Senegal, a
melhor seleção africana.
Na coluna anterior, exagerei, com ironia, ao falar
que Giroud, centroavante da França, é nulo quando não faz gol, porque não pega
na bola. Não quis desprezar os centroavantes apenas goleadores. Eles são
importantes, embora, às vezes, é melhor não ter um centroavante fixo e ter mais
jogadores que façam gols. O ideal é possuir centroavantes que marcam e que
criam jogadas para os companheiros. São poucos os craques, como Benzema e Kane.
Portugal tem alternado ótimos e maus momentos. Há excelentes
jogadores do meio para frente. O técnico Fernando Santos prefere escalar João
Félix, que quase sempre joga mal na seleção e no Atlético de Madrid, e deixar
de fora Rafael Leão, que quase sempre atua muito bem no Milan e na seleção,
quando entra. O treinador português me passa também a imagem, durante o jogo
–posso estar enganado– de melancolia e pessimismo.
As atuações na Copa
são importantíssimas, mas não podemos criar conceitos definitivos, muito menos
por apenas um jogo, da qualidade dos jogadores, mesmo sendo um Mundial. Os
apressados e inconsequentes estão preocupados em criar heróis e vilões.
Messi não deixará
de ser um dos três maiores da história se a Argentina não se classificar nesta
quarta-feira (30) contra a Polônia. Se ganhar, a Argentina pode se agigantar na
competição, como já aconteceu com outras seleções que começaram mal.
O tempo passa, e
alguns países que, décadas atrás, fizeram grandes planos de se tornar potências
mundiais no futebol, como Estados Unidos e Japão, não conseguem, mesmo
melhorando, se aproximar das fortes seleções. Isso apesar dos altíssimos
investimentos na estrutura e na formação de atletas. Não há uma fórmula, um
modelo que garanta a produção de bons jogadores em série, como se fosse uma
fábrica de parafusos, o que me lembra do inesquecível filme "Tempos
Modernos", de Charles Chaplin.
O craque não se faz
na escola.
Leia
também: Em um piscar de olhos, em uma bola perdida, muda-se o resultado de uma
Copa do Mundo https://bit.ly/3VeSRfB
Nenhum comentário:
Postar um comentário