Ministério da Defesa chinês
protesta severamente contra ataque dos EUA a dirigível civil chinês
Liu Xuanzun
Chen Qingqing/Global Times
O Ministério da Defesa chinês protestou no domingo contra a
decisão dos EUA de abater um dirigível civil chinês não tripulado que fez uma
entrada não intencional no espaço aéreo dos EUA devido a força maior. Especialistas
disseram que a reação dos EUA pode aumentar as tensões entre os militares dos
dois países.
O ataque dos EUA a um dirigível civil não
tripulado chinês pela força é uma reação óbvia e exagerada, disse o coronel
sênior Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa Nacional da China, em um
comunicado no domingo.
A declaração de Tan veio depois que um caça F-22
da Força Aérea dos EUA disparou um míssil ar-ar AIM-9X e derrubou o balão,
disse o Pentágono no dia em seu site, apesar de admitir que o balão não
representou um ameaça militar ou física.
O balão em questão é um dirigível civil chinês
não tripulado usado principalmente para fins de pesquisa meteorológica que fez
uma entrada não intencional no espaço aéreo dos EUA devido a força maior, ou
seja, os Westerlies e a capacidade limitada de autodireção do dirigível, disse
um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China na sexta.
Do ponto de vista técnico, o movimento dos EUA é
como atirar em um mosquito com um canhão, o que não é apenas exagerado, mas
também impraticável, disse um especialista militar chinês que pediu anonimato
ao Global Times no domingo.
Comparado com um balão não tripulado e sem energia
que voa com o vento, o método de interceptação dos EUA que apresentava um caça
furtivo avançado e disparava um míssil é muito caro. Se mais balões, não
necessariamente da China, sobrevoarem os EUA, a Força Aérea dos EUA ficaria
exausta em interceptá-los dessa maneira, disse o especialista.
É mais um show político, pois o balão só foi
derrubado depois de já ter atravessado os EUA e estar prestes a partir,
disseram observadores.
A China protesta veementemente contra essa
medida e se reserva o direito de tomar as medidas necessárias para lidar com
situações semelhantes, disse Tan.
A observação de Tan significa que, se um
dirigível estrangeiro entrar acidentalmente no espaço aéreo chinês, as forças
chinesas também podem derrubá-lo de maneira semelhante, e o movimento dos EUA
terá um impacto significativo nas relações militares dos dois países, disseram
observadores.
É amplamente conhecido que as aeronaves dos EUA,
aparecendo para fins civis ou militares, operam na China com muito mais
frequência do que as aeronaves chinesas nos EUA, disse Lü Xiang, especialista
em estudos dos EUA na Academia Chinesa de Ciências Sociais, ao Global Times em
Domingo.
Se os EUA não diferenciam entre aeronaves civis
e militares, eles criaram um precedente muito ruim no tratamento das relações
China-EUA, disse Lü.
Os EUA frequentemente realizam reconhecimento
próximo às portas da China no Mar da China Meridional, no Estreito de Taiwan e
no Mar da China Oriental, às vezes em disfarces civis, de acordo com think
tanks e relatórios da mídia.
"Se os EUA não fazem a diferença, a China
deveria fazer a diferença? A China também deveria tomar medidas recíprocas? Os
EUA devem considerar cuidadosamente as consequências", disse Lü.
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