14 dezembro 2023

A saga palestina (6)

Terror em nome da "Lei": a violência de colonos extremistas na limpeza étnica da Cisjordânia
O objetivo deste artigo da série “Limpeza étnica na Palestina” é relatar o caso da expropriação sofrida pela aldeia Ein Shibli e mostrar como a violência dos colonos é experienciada pelas comunidades de pastores da região
Michelle Ventura/Le Monde Diplomatique

Enquanto o Estado de Israel leva a cabo um genocídio na Faixa de Gaza, uma tempestade de violência é derramada pesadamente sobre a Cisjordânia. Se para a ONU e a organização israelense de direitos humanos B’Tselem o ano de 2022 tinha sido o mais letal de todos os tempos, desde o dia 7 de outubro de 2023, os casos de execuções extrajudiciais, limpeza étnica e outros massacres cometidos pel o exército e pelos colonos na região superaram os dos anos anteriores em apenas dois meses de ofensiva militar naquela região.

Há exato um ano antes do que se convencionou chamar a “guerra contra o Hamas” na Faixa de Gaza e da ofensiva militar na Cisjordânia em curso, durante três intensos meses, eu acompanhei de perto o cotidiano de perseguição, ameaça e ataques enfrentados pelas comunidades fellahins (camponeses) localizadas no Vale do Jordão, mais especificamente na “Área C” da Cisjordânia, controlada militarmente pelo Estado de Israel. Esse curto espaço de tempo, fazendo pesquisa de campo, dividindo-me entre uma aldeia e outra nas zonas rurais, foi o suficiente para compreender como as micro-violências são operacionalizadas pelos colonos extremistas, qual a sua l ógica e a sua estratégia política. 

Das seis comunidades que acompanhei quase que diariamente no Vale do Jordão, quatro foram vítimas de limpeza étnica e da brutalidade dos colonos ainda nas duas primeiras semanas da ofensiva sionista: Khirbet al-Hamra, al-Farisyah, Ein Samia e Ein Shibli. Outras 16 comunidades rurais também foram vítimas de expropriação forçada em outras localidades da Cisjordânia, a exemplo da antiga vila al-Qanoob, em Hebron. Neste artigo, meu objetivo é relatar o caso da expropriação sofrida pela aldeia Ein Shibli, e assim retratar, de um modo geral, como a violência dos colonos é experenciada pelas comunidades de pastores da região.

No dia 15 de outubro deste ano, todas as famílias de Ein Shibi fugiram de suas casas às pressas. Eles colocaram seus principais pertences dentro de carroças, partiram e se refugiaram na “Área A” da Cisjordânia, controlada pela Autoridade Palestina. Esta comunidade já tinha perdido parte de suas terras agrícolas originais após a expansão colonial israelense em 1967, quando Israel construiu nas terras de Ein Shibi parte de seu complexo colonial, como bases militares e assentamentos. 

Entre as décadas de 1980 e 1990, o fenômeno do estabelecimento de colônias judaicas por meio de postos avançados agrícolas (casas pré-fabricadas) e o pastoreio de ovinos e bovinos por colonos israelenses se tornaram os mecanismos mais efetivo do Estado para dar proseguimento aos roubos de terras palestinas. Sistema colonial este que continuou a crescer rapidamente nas décadas seguintes, principalmente após a segunda Intifada. Os agricultores de Ein Shibli testemunharam esse sistema ser implantado em suas terras privadas, a poucos quilômetros dos domínios residenciais da aldeia, no período da Pandemia da Covid-19. 

Embora na maioria das vezes o processo de roubo de terras e a política de limpeza étnica envolvam a violência estatal e muito frequentemente estejam associadas à operações militares, como foi no período da Nakba, em 1948, e da ocupação colonial em 1967, tais mecanismos também têm sido levado a cabo por um grupo de milícias armadas israelenses muito particular, atuantes em áreas estratégicas na Cisjordânia.

HILLTOP YOUTH:  OS AGENTES DO TERROR NA CISJORDÂNIA

Ainda que não haja, até o momento, uma pesquisa ampla e aprofundada sobre o movimento sionista Hilltop Youth, ou “jovens do topo das colinas”, há um consenso entre pesquisadores que analisam o recrudescimento do fundamentalismo judaico na Palestina/Israel, a exemplo de Motti Inbari (2009), Max Blumenthal (2013) e Mark Juergensmeyer (2017), de que a formação desta organização está diretamente relacionada às políticas expansionistas territoriais por dois grupos radicais: os colonos seculares de extrema direita nacionalista e os colonos ultra-ortodoxos fundamentalistas. 

Eles foram intitulados pela mídia e por ativistas israelenses de “jovens do topo das colinas”, pelo fato de estabelecerem postos avançados majoritariamente – mas não exclusivamente – no alto das colinas palestinas. Estas caravanas instaladas nos topos das montanhas são estratégicas: elas possibilitam que os colonos tenham uma visão panóptica sobre as comunidades rurais palestinas que estão cercando, permitindo que estes imponham aos nativos um brutal mecanismo de vigilância sobre o cotidiano de suas vidas, controlando suas atividades domésticas e agropastoris. Esse era o caso de Ein Shibli.

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Na Cisjordânia, os colonos religiosos fundamentalistas que agregam o Hilltop Youth estão muito presentes em Hebron, Masafer Yatta, Tubas e Nablus e são seguidores do messianismo político presente na Palestina/Israel desde pelo menos 1970. A ideologia messiânica promove uma nova interpretação do processo de redenção: a chegada do Messias e a redenção judaica final não ocorrerá no tempo a-histórico, no mundo colapsado, mas no tempo secular. Tal redenção, segundo essa concepção neo-hassídica, apenas ocorrerá quando “o povo de Israel” colonizar totalmente os 22% restantes da Palestina histórica: Faixa de Gaza e Cisjordânia. 

Os integrantes religiosos do Hilltop Youth são alunos das Yeshivat (escolas religiosas que combinam serviço militar e estudo da Torá), localizadas nos territórios ocupados (a exemplo da Od Yosef Chai) e dirigidas por rabinos asquenazitas. Alguns destes são Yitzchak Ginsburgh, Dov Lior, Yitzhak Shapira e Yosef Elitzur. Essas autoridades religiosas são conhecidas por suas interpretações fundamentalistas da Torá, dos textos talmúdicos e cabalísticos, e por ensinarem aos seus alunos que o extermínio e a expulsão dos palestinos de suas terras são um “desígnio divino” (Motti Imbari, 2009). Ginsburgh, em particular, é autor e colaborador de diversos livros, textos e artigos que fazem discursos de ódio racial, apelo à limpeza étnica e incitação ao assassinato de civis e bebês palestinos com base no Códi go de Maimônides e na Halachá (Lei judaica). “Torat Hamelech” (A torá do Rei) e “Baruch hagever” (Baruch é abençoado) são as obras mais conhecidas a esse respeito, e embora elas estejam inacessíveis ao público após a suspensão de vendas e distribuição pelo Shin Bet (agência de segurança), autores como Nur Masalha (2014), Guzi Bar (2018), entre outros, discutem seus conteúdos.

Muitos dos colonos que fazem parte da milícia Hilltop Youth, no entanto, não são necessariamente messiânicos ou até mesmo religiosos, mas fazem aliança política com as instituições religiosas no trabalho de colonização. De qualquer maneira, os colonos ultra-nacionalistas sustentam suas campanhas de limpeza étnica e seus ataques contra minorias palestinas sob a ideologia supremacista de que eles seriam “o povo escolhido de Deus” e possuiriam supostos “direitos históricos” sobre “Eretz Ysrael”. Segundo sua leitura, seriam os “verdadeiros donos” daquelas terras e, portanto, os palestinos não passariam de “invasores estrangeiros”, “inferiores”, “incivilizados” e “naturalmente violentos”, cuja expulsão não seria apenas um mandamento, mas um “combate ao terror&rdquo ; (Nur Masalha, 2014). Em grande medida, não passam de imagens orientalistas (Edward Said, 1978) que outrora justificaram a limpeza étnica da Palestina nos dias da Nakba. 

TÁTICAS DE TERROR E POLÍTICA DO MEDO NA EXPULSÃO DA COMUNIDADE DE PASTORES: O CASO EIN SHIBLI

No último dia 15 de outubro, cerca de 313 camponeses de Ein Shibi sofreram limpeza étnica pelas mãos de um único colono extremista, chamado Moshe Sharvit. A violência imposta por este agente do terror começou em janeiro de 2021, quando Moshe e sua esposa americana, Moriah Sharvit, estabeleceram um posto avançado autodenominado “Moshe’s Farm”, nas únicas terras privadas sobre as quais a comunidade Ein Shibli ainda exercia algum tipo de controle e uso agrícola. 

Desde o estabelecimento do posto avançado próximo à comunidade, os camponeses passaram a sofrer perseguições diárias do colono, que não raro aparecia acompanhado de sua gangue Hilltop Youth e sob proteção do exército. Como os palestinos não têm proteção legal, eles acabam dependendo da boa vontade de ativistas israelenses e internacionais que vão a campo diariamente na tentativa de impedir fatalidades. Eu e os outros ativistas de direitos humanos, ao acompanhamos os camponeses em suas manhãs de pastoreio, registramos uma série de crimes por parte do grupo paraestatal que, somado aos crimes do direito internacional cometidos pelo Estado de Israel, impôs um fardo enorme à comunidade. 

Sozinho, o colono Sharvit, sempre armado, assediava os pastores utilizando diversos métodos de agressão. O mais comum era acessar a área de pastagem durante o pastoreio e dispersar os rebanhos com um drone (o barulho dispersa e estressa as ovelhas), ou mesmo tentar atropelá-las com um veículo 4×4 ou uma motocicleta. Em todas as ocasiões em que acompanhamos os camponeses durante seus pastoreios, Sharvit determinava arbitrariamente qual pedaço de terra os proprietários podiam ou não acessar e pastar o rebanho. Os palestinos, por sua vez, obedeciam às ordens do colono. No entanto, não demorava mais que 15 minutos para que Sharvit acessasse a área de pastagem que ele próprio havia “liberado” ao uso dos pastores, para mais um episódio de agressões e humilhações. Sharvit fazia isso sempre com um sorriso nos lábios, enquanto os pastores visivelme nte ficavam estressados e numa situação profunda de insegurança.

Algumas vezes presenciamos Moshe acessar a área acompanhado do grupo Hilltop Youth, composta por rapazes entre 15-20 anos. Eles começavam as agressões dispersando os rebanhos, atirando pedras e soltando cães em sua direção. Algumas vezes, utilizaram até mesmo porretes e chicotes para feri-los. Fazendo isso, Sharvit pressionava os pastores a conduzir seus rebanhos cada vez mais perto das suas casas, reduzindo significativamente a sua área de pasto e plantação. Ao prestar queixas pessoalmente na delegacia israelense localizada nos territórios ocupados – única autoridade que deveria proteger a população ocupada –, os oficiais negavam-se a registrar as ocorrências, mesmo levando israelenses como testemunhas dos assédios (ver relatór io das violências escrito pela ONG Combatants for Peace)

Há um ano, no dia 9 de outubro de 2022, Samir [1], um dos camponses, estava pastando suas ovelhas quando um veículo militar se aproximou do campo de pastagem de Ein Shibli em alta velocidade. A viatura seguiu em direção ao posto avançado de Sharvit. Dez minutos depois, a mesma viatura retornou ao campo. Cinco militares saíram do veículo armados, ordenando que Samir se retirasse do local, pois aquelas terras, segundo eles, “pertenciam a Israel” e, portanto, ao colono israelense. Samir obedeceu à ordem militar e partiu naquele dia sem que seu rebanho pudesse pastar. 

Ativistas israelenses que escoltam e acompanham o cotidiano dos palestinos em diversas áreas da Cisjordânia também não seguem livres de assédios. Muitos deles são detidos pelo exército, além de sofrerem agressões físicas dos colonos. No final de 2022, por exemplo, uma ativista israelense de 70 anos, Hagar Gefen, ajudava uma família de camponeses na colheita de azeitonas quando foi deliberadamente espancada a pauladas por um grupo de colonos. Poucos dias depois, Yohanan, um ativista israelense da mesma idade, foi morto enquanto acompanhava Samir em seu pastoreio. Samir e Yohanan foram surpreendidos no topo de uma colina por Sharvit e seus agentes do terror e, nesta ocasião, ameaç aram “quebrar os ossos” do ativista. Eles correram atrás do Yohanan com paus e cacetetes, até que este caiu morto, vítima de uma parada cardíaca. Em todos os casos, ninguém foi punido.

Com receio de perder seu rebanho ou de sofrer algum atentado, os camponses de Ein Shibli chegaram a diminuir a frequência dos pastoreios. Mas nem assim o número de ataques reduziu. Certo dia, quando Samir foi trabalhar em suas terras agrícolas, percebeu que grande parte das platações de legumes tinham sido arrancadas pelos colonos, prejudicando sua fonte primária de sobrevivência. 

Sharvit também continuou a impor uma constante política do medo aos moradores da aldeia. Meses atrás, em mais um exemplo, Moshe e outro colono entraram armados na aldeia vestidos de roupas paramilitares para fazer “revistas” na residência de Samir. Nessa incursão, eles invadiram os cômodos, abriram todas as gavetas, reviraram guarda-roupas, quebraram todas louças que viram pela frente. Segundo relatos de Samir, Sharvit e seu comparsa roubaram os telefones de sua família para impedirem a denúncia dos assédios, além de ameaçarem atear fogo na comunidade. Antes de irem embora, o colono que acompanhava Sharvit deu socos no rosto de um dos moradores com um anel de aço em formato de estrela de Davi. Em função disso, Samir chegou a suspender completamente as atividades agropastoris.

Talvez até aqui tenha surgido a seguinte questão: como é possível que este abuso de poder, tanto por parte das autoridades israelenses como pelos colonos, siga com resistência mínima por parte dos palestinos? A resposta pura e simples é: na maioria dos casos, um palestino que reage em defesa de seus direitos e segurança  colocará toda sua comunidade em risco de sofrer o que conhecemos como “punição coletiva”, a saber, a prática do exército e dos colonos de punir famílias, bairros, comunidades ou mesmo cidades inteiras pelas ações – mesmo que legítimas – de um único sujeito. Dentro do movimento Hilltop Youth, essa política se chama “Price Tag” (vingança), cujos pogroms envolvem essencialmente ataques incendiários a mesquitas, lojas, escolas, carros e até mesmo ca sas palestinas. Em 2015, quando estive pela primeira vez na Palestina, um dos líderes do Hilltop Youth, Meir Ettinger, neto do terrorista americano-israelense, Meir Kahane, ateara fogo na casa da família Dawabsheh enquanto estes dormiam, no vilarejo de Duma, ocasião em que assassinou um casal e seu bebê queimados.

Ein Shibi foi vítima de ataque “price tag” no dia 15 de outubro deste ano, quando Moshe Sharvit e sua quadrilha invadiram novamente a comunidade, desta vez, ordenando que seus moradores se retirassem de uma vez por todas, dando-lhes apenas cinco horas para desmontar todas as estruturas e organizar seus pertences. Caso contrário, eles ateariam fogo na aldeia com todos dentro. Enquanto os nativos recolhiam seus pertences, vários de seus currais chegaram a ser incendiados, rebanhos foram roubados, painéis solares depredados e tanques de água danificados.  

A QUEM INTERESSA A VIOLÊNCIA TERRORISTA E POR QUÊ?

 Antes de tudo, a violência sionista, seja ela estatal ou paraestatal, macro ou micro, faz parte do regime de apartheid e da política colonial israelense na Palestina. A violência dos colonos em especial, seja perpetrada por grupos religiosos fundamentalistas, seja por seculares supremacistas, desenvolveu uma importante força-tarefa na limpeza étnica da Palestina, uma vez que os colonos atuam diretamente como um braço extrajudicial do Estado. Deste modo, a violência paraestatal também interessa aos agentes coloniais sionistas e suas elites (que inclui correntes tanto seculares quanto fundamentalistas), à extrema direita ultranacionalista reacionária (representadas pelos partidos Likud e Otzma Yehuda, por exemplo), aos movimentos coloniais de assentamentos extraparlamentares (como é o caso do Gush Emunin), às organizações sionistas-revisionistas (cristãs e judaicas) que patrocinam financeiramente os colonos, aos líderes messiânicos que sacralizam a violência brutal contra os palestinos e, por fim, à própria essência demolidora do sionismo, que se mostra selvagem desde sua ascensão.

Retornemos ao caso de Ein Shibli. O empreendimento colonial de Moshe Sharvit é mantido por um organização sionista extraparlamentar, a Im Tirtzu, além de receber subsídios do próprio governo. Isso porque, embora os postos avaçandos e seus habitantes sejam considerados ilegais até mesmo para as leis israelenses, apoiá-los materialmente e moralmente permite que estas pequenas células ocupem as terras palestinas com baixo custo financeiro para Israel e sem um grande projeto de construção habitacional, gestão e desenvolvimento, ao mesmo tempo que elas anexam às colônias “mestras” já existentes, possibilitando a sua expansão colonial. 

Embora a violência de colonos na Cisjordânia não seja exclusividade da milícia Hilltop Youth ou mesmo de colonos moradores de postos avançados, a exemplo de Sharvit, a barbárie perpetrada por essa horda extremista toma proporções gigantescas, fazendo com que os palestinos fujam de suas vilas e vilarejos. Desde o dia 7 de outubro, a violência organizada aumentou pesadamente, deixando mais de mil pessoas desabrigadas de suas aldeias, enquanto um pequeno grupo estramgeiro supremacista rouba, com o apoio incondicional de Benjamin Natanyahu e Ben-Gvir, grandes extensões de terras palestinas sem qualquer consequência legal. 

Referências:

SAID, Edward W.  Orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

MOTTI, Inbari. Jewish fundamentalism and the Temple Mount: Who will build the Third Temple?. New York: Suny Press, 2009. 

GUZI, Bar. Between Ethics and Jewish Law: Torat Ha-Melekh and the Moral Problems of Contemporary Halakhic Discourse. Brandeis University: 2018.

MASALHA, Nur. The Zionist Bible: Biblical Precedents, Colonialism and the Erasure of Memory. Routledge. New York: 2014.

Michelle Ventura é mestra e doutoranda em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Graduada em Relações Internacionais e especialista em Direito Internacional. Foi observadora Internacional de Direitos Humanos na Cisjordânia em 2015 (Jerusalém) e 2022 (Vale do Jordão) e pesquisa atualmente violência colonial na Palestina.

*Este artigo utiliza notas pessoais escritas a partir de minha pesquisa de campo e trabalho de observação na Cisjordânia, bem como dados levantados na pesquisa de doutorado em andamento.

[1] Samir é o nome fictício que escolhi para proteger a identidade e a privacidade do meu interlocutor. 

Os novos modos de guerra contra populações civis na Palestina https://bit.ly/3RE2ULQ

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