Persistentes diferenças
Luciano Siqueira
Os conceitos de "direita" e "esquerda", por exemplo.
Há os que consideram essa diferenciação ultrapassada pela longevidade — surgiu no século XVIII, na França, sob a monarquia absolutista.
E há os que, ancorados no conceito de pós-verdade, entendem que essa diferenciação não mais existe.
Norberto Bobbio destrinchou esse equívoco já faz tempo.
A confusão de agora revela uma certa perplexidade diante da complexidade do mundo contemporâneo.
A própria crise sistêmica do regime econômico e social dominante, o capitalismo, serve de âncora para esse tipo de distorção.
Mas, na verdade, a essência da questão está precisamente na identificação de núcleos opostos em agrupamentos oponentes em dadas a situação.
Seja em âmbito nacional, seja em situações localizadas; e mesmo no que se refere ao movimento de transição a um mundo multipolar ora em curso.
Trocando em miúdos, a motivação essencial dos que se empenham em borrar as diferenças, consciente ou inconscientemente, está no intuito da manutenção do status quo.
Em países como o Brasil, em que a polarização extremada é explícita, esse tipo de tese sequer pode ser vista ao espelho, tão frágil e inconsequente que é.
Demarcar diferenças sempre foi essencial em qualquer área do conhecimento humano. Na luta política principalmente.
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