Limites da ONU
Luciano Siqueira
Da constituição da Organização das Nações Unidas (ONU), em outubro de 1945, ao tempo presente, muitas transformações ocorreram na ordem mundial sem que essa instituição venha dando conta dos novos desafios.
O recente discurso do secretário-geral Antônio Guterres, no Conselho da Organização de Cooperação de Xangai, pedindo o fim de conflitos e guerras e unidade para enfrentar a emergência climática e o crescimento desenfreado das tecnologias digitais, soa patético.
Na verdade, as organizações multilaterais no presente instante da humanidade se debatem com contradições e sinais de inoperância tão dramáticos quanto a crise do sistema dominante — o capitalismo — e o subsequente processo de exclusão cada vez mais ampla de milhões e milhões de trabalhadores do processo produtivo.
Ao que se ajunta, como reflexo direto, a persistência de confrontos entre grandes potências como desenho de conflitos e guerras regionais, quase todos com a presença nefasta, direta ou indireta, do decadente imperialismo norte-americano.
Basta que se olhe a fragilidade do Conselho de Segurança da ONU diante de situações como o genocídio praticado por Israel em Gaza.
Não sem razão o Brasil tem persistentemente reivindicado a reforma desse Conselho, o que inclui a ampliação do número de nações com acento permanente e a democratização dos processos decisórios.
Sobretudo quando está em curso uma transição a um novo desenho geopolítico global multipolar e e também ganham força relativa nações emergentes.
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