Releituras
Luciano Siqueira
Na minha formação médica, entre a enfermaria e o ambulatório sempre passei na biblioteca. Cuidava de ler o máximo possível sobre determinada patologia, inclusive para me tornar apto ao exercício do diagnóstico diferencial.
Poucos foram os livros que reli, a exceção de clássicos da teoria marxista, que revisitei e revisito com frequência, tendo como estímulo a complexa realidade em permanente mutação.
Pois bem. Já há alguns meses me descobri relendo muita coisa que tenho na biblioteca daqui de casa, da literatura brasileira e estrangeira.
Um retorno espontâneo e quase inconsciente. Tanto que nem sei explicar o critério de escolha — absolutamente ao acaso, de modo espontâneo.
Será uma despedida?, pergunto cá com os meus botões.
Na sétima década de vida e sem nenhum drama tenho consciência de que o tempo vai se tornando uma variável curta.
Então é como se um impulso interior me levasse a experimentar novamente o prazer de leituras passadas.
Pois até Agatha Christie desceu da estante ao birô e achou um lugarzinho junto à rede da varanda.
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