04 agosto 2024

Minha opinião: livros

Releituras
Luciano Siqueira  


Leio muito — desde a pré-adolescência. Literatura, economia, história, ciência política; crônicas, contos, ensaios, poesia...

Na minha formação médica, entre a enfermaria e o ambulatório sempre passei na biblioteca. Cuidava de ler o máximo possível sobre determinada patologia, inclusive para me tornar apto ao exercício do diagnóstico diferencial. 


Poucos foram os livros que reli, a exceção de clássicos da teoria marxista, que revisitei e revisito com frequência, tendo como estímulo a complexa realidade em permanente mutação. 


Pois bem. Já há alguns meses me descobri relendo muita coisa que tenho na biblioteca daqui de casa, da literatura brasileira e estrangeira. 


Um retorno espontâneo e quase inconsciente. Tanto que nem sei explicar o critério de escolha — absolutamente ao acaso, de modo espontâneo. 


Será uma despedida?, pergunto cá com os meus botões. 


Na sétima década de vida e sem nenhum drama tenho consciência de que o tempo vai se tornando uma variável curta. 


Então é como se um impulso interior me levasse a experimentar novamente o prazer de leituras passadas. 


Pois até Agatha Christie desceu da estante ao birô e achou um lugarzinho junto à rede da varanda.


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