Blinken aprova US$20 bi em armas, mas chega em Tel Aviv por cessar-fogo
O “momento decisivo” para a trégua, mencionado por Blinken contrasta com a aprovação de um pacote que inclui caças F15, munição para tanques e morteiros e veículos blindados
Lucas Toth/Vermelho
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, classificou nesta segunda (19) as mais recentes reuniões para um cessar-fogo em Doha (Catar) e no Cairo (Egito) como “provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade”. Apesar do apelo ao pacifismo, o departamento de Estado dos EUA, comandado por Blinken, aprovou na última terça (13) um pacote de US$20 bilhões em armas para Israel, incluindo caças F-15 e munição para tanques.
O jogo duplo americano tem dado resultado: a cobertura internacional tem relatado que Israel e o Hamas nunca estiveram tão perto de um acordo para um cessar-fogo, que incluiria a libertação de reféns israelenses, ao mesmo tempo que Tel Aviv tem intensificado suas incursões militares na Faixa de Gaza e empilhado mais corpos palestinos.
Na última semana, as autoridades palestinas anunciaram a marca de 40 mil mortos enquanto o exército israelense determinou a retirada da população palestina na Faixa de Gaza de áreas consideradas como zona humanitárias e o início de uma operação nos bairros de Khan Younis e Deir al-Balah.
As áreas em que Israel retirou o rótulo de zonas humanitárias são conhecidas pelo seu máximo nível de adensamento populacional, com 1,7 milhões de refugiados internos, de acordo com organizações internacionais humanitárias como a Oxfam.
Blinken chegou a Israel neste domingo (18), no mesmo dia em que um ataque em Gaza deixou 21 mortos, incluindo seis crianças e a mãe delas.
Em resposta, as Brigadas Al-Qassam, do Hamas, em parceria com o braço armado do movimento Jihad Islâmico, as Brigadas Al Quds, assumiram a responsabilidade pela explosão de uma bomba, neste domingo (19) na região sul de Tel Aviv. O homem que carregava o artefato morreu com a detonação e uma outra pessoa ficou ferida.
“Este é um momento decisivo, provavelmente a melhor, talvez a última oportunidade para trazer os reféns para casa, conseguir um cessar-fogo e colocar todos em um caminho melhor para uma paz e segurança duradouras”, disse Blinken aos repórteres, antes de sua reunião com o presidente israelense Isaac Herzog.
“Estou aqui como parte de um esforço diplomático intensivo sob as instruções do presidente Biden para tentar levar este acordo até a linha e, finalmente, além da linha. É hora de todos dizerem sim e não procurarem desculpas para dizer não”, acrescentou.
“Nós estamos trabalhando para garantir que não aconteça uma escalada, que não aconteçam provocações, que não aconteçam ações que de alguma forma possam nos afastar de levar este acordo até o fim, ou, que aconteça uma escalada do conflito para outros lugares”, disse.
Blinken se refere a uma possível retaliação do Irã a uma operação israelense em Teerã, que vitimou Ismail Hanieyh, uma liderança do Hamas. Hanieyh era convidado de honra para a cerimônia de posse do novo presidente do país persa, Masoud Pezeshkian.
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