Homem comum
Ferreira
Gullar
Sou um homem comum
de carne e de memória
de osso e esquecimento.
Ando a pé, de ônibus, de táxi, de avião
e a vida sopra dentro de mim
pânica
feito a chama de um maçarico
e pode
subitamente
cessar.
Sou como você
feito de coisas lembradas
e esquecidas
rostos e
mãos, o guarda-sol vermelho ao meio-dia
em Pastos-Bons,
defuntas alegrias flores passarinhos
facho de tarde luminosa
nomes que já nem sei.
[Ilustração: Amedeo Modigliani]
Leia uma crônica de Luis Fernando Verissimo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/uma-cronica-de-luis-fernando-verissimo.html
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