Os treinadores precisam
criar, ousar e sonhar; a vida é sonhoÉ possível fazer isso sem perder
a razão e a organização tática
Tostão/Folha
de S. Paulo
Salve Sebastião Salgado, grande artista, humanista e ambientalista que uniu a ação, a realidade e o sonho.
Na final da Liga
da Europa, o volante Casemiro, pelo Manchester United, e o
centroavante Richarlison, pelo Tottenham, tiveram atuações discretas. Os dois
ficaram um longo tempo na reserva. Richarlison atuou pela esquerda, não de
centroavante. Os dois poderão ser convocados por Ancelotti para
a seleção, pois nos melhores momentos de suas carreiras, Casemiro pelo Real Madrid e
Richarlison pelo Everton, foram comandados por Ancelotti. Além disso, há uma
carência nessas posições na seleção.
Casemiro
poderá ser bastante útil à seleção se atuar centralizado na proteção dos
defensores, dando mais condições para os laterais avançarem, em um esquema tático
com um trio no meio-campo (um volante e um meio-campista de cada lado). Não dá
mais para Casemiro, um volante de pouca mobilidade, jogar no esquema com dois
no meio-campo e quatro na frente, como fez a seleção com Dorival Júnior.
Nesta
semana, o craque Rodri voltou a jogar por 15 minutos pelo Manchester
City após ter ficado oito meses parado por causa de um grave
contusão. Ele voltou, e no mesmo jogo De Bruyne se despediu da torcida do City
após tantos títulos e glórias. Os dois se completavam. O volante Rodri,
centralizado, é o pensador, o articulador, o elo, a ponte entre todos os
jogadores do meio para a frente. Fez muita falta. De Bruyne se movimenta por
todos os lados do meio para a frente, passa, cruza e finaliza com enorme
eficiência.
Nesta semana, Modric, 39
anos, despediu-se da torcida do Real Madrid. Espero vê-lo jogar na
Copa do Mundo do próximo ano pela Croácia. Modric desliza por todas as partes
do campo com passes precisos, belíssimos e eficientes. A bola, agradecida,
beija seus pés.
Repito, há
mais de 20 anos, que falta à seleção brasileira um craque no meio-campo, como
Modric, Rodri, Pedri e outros europeus. Rodri e Pedri formam a dupla de
meio-campo da seleção da Espanha. O Brasil não tem mais esse craque
meio-campista porque não produz, já que os garotos bons de bola são deslocados
para atuar à frente, como se o meio-campo não fosse essencial na formação de um
grande time.
Se Oscar,
do São Paulo, tivesse ido à Europa no início de sua carreira, certamente teria
sido um craque meio-campista de prestígio mundial, por causa de seus belos
passes e de sua ampla visão do conjunto. Assim ele jogou nesta semana pelo São
Paulo, vindo mais de trás.
Em mais uma
boa atuação do Cruzeiro, na vitória por 3 a 0 sobre o Vila Nova de Goiás, pela
Copa do Brasil, Leonardo Jardim mudou a formação tática. O time jogou com uma
dupla de atacantes (Kaio Jorge e Gabigol) e com Matheus Pereira como um armador
que avançava da direita para o centro e voltava para marcar pelo lado. Além dos
três, a equipe tinha um trio no meio-campo, formado por Christian, Eduardo e
Romero. O técnico passou a ter duas ótimas opções táticas.
Eu não gosto
do esquema tático tradicional usado pela maioria dos times brasileiros, com
dois volantes em linha, um meia de ligação centralizado, dois pontas e o
centroavante, todos com posições fixas. Os treinadores, sem perder a razão e a
organização tática, precisam criar, ousar e sonhar. A vida é sonho.
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