Papéis
invertidos
Luciano Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Jamais fui dado a
facilidades, até porque nunca pude contar com recursos que me permitissem tal
luxo.
Na atividade
militante, mais ainda. Meu partido — o PCdoB — sempre difundiu o
espírito revolucionário, que implica naturalmente em vida simples e militância
idem.
Entretanto, em razão
de cargos institucionais relevantes que ocupei por 20 anos recentes — na
Prefeitura do Recife, quatro vezes vice-prefeito; e ainda vereador e deputado
estadual — pude contar com o apoio inestimável de ótimos assessores e
competentes motoristas.
Foi-se esse tempo. Há
quase cinco anos deixei a última função pública e mergulhei plenamente na
militância partidária, assumindo tarefas que me exigem muito.
Tenho que ler,
pesquisar, escrever, alimentar uma agenda de compromissos partidários e
públicos mais ou menos intensa — e cuido da logística sozinho.
Sou o piloto do meu
carro.
Dias atrás pude
reviver uma gota dessa experiência ao lado do meu ex-motorista Charles, boa
parte do dia circulando pela cidade, agora em papéis trocados: eu no volante e
ele como carona.
Rodamos bastante e
aqui e acolá o percebi mais atento do que o necessário às minhas manobras ao
volante. Talvez por não confiar plenamente no ex-vice-prefeito motorista, ele
um craque na função.
Conversamos muito
sobre o tempo presente e, sobretudo, a respeito da experiência passada na
Assembleia Legislativa e na Prefeitura do Recife.
Fizemos ligações em
vídeo pelo smartphone para parte da nossa turma, hoje em diferentes situações.
Uma festa!
Ao final da tarde, o
deixei em casa e segui para o último compromisso com a emocionada sensação de
que formávamos um time muito bom — pelo compromisso público e pela capacidade
de trabalho; e também pela sólida amizade que sempre nos uniu.
Os papéis se inverteram, as circunstâncias são outras, mas o afeto permaneceu e se renova a cada reencontro.
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