O domínio dos instrumentos de comunicação sempre foi um elemento central para a disputa do poder político e ideológico. A cada salto tecnológico, a forma como a comunicação se arquiteta determina um novo padrão para estruturar a hegemonia das ideias das classes dominantes. Atualmente, o modelo de comunicação está estruturado, principalmente, em plataformas de propriedade de grandes monopólios de tecnologia e inovação, quase todos dos Estados Unidos. As big techs, com bilhões de usuários, 25 produzem e reproduzem diariamente conteúdos de forma dispersa. Há uma aparente e falsa liberdade, pois o bloqueio e a circulação dos seus conteúdos são regidos, direcionados, de forma automatizada por determinados tipos de algoritmos para servir a projetos e interesses políticos e econômicos das classes dominantes. Nesse ambiente, há uma polarização e desintegração do debate público em grupos, as chamadas bolhas. O conteúdo não é produzido para o debate amplo sobre temas de interesse público, mas para uma audiência específica, com o propósito de alimentar visões de mundo e manter articulado e engajado um grupo político. Criou-se uma situação propícia para a disseminação de notícias falsas, de discurso de ódio e de teorias da conspiração, amálgama para o crescimento e fortalecimento da extrema-direita e para minar as bases do Estado Democrático de Direito.
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