Bolsonaro e os muitos
remendos do barco furado
Luciano Siqueira, no portal Vermelho
Imagine um cidadão que não cuida em nada da manutenção da sua casa e de repente se vê às voltas com muitas goteiras no telhado, infiltrações nas paredes e colapso da rede elétrica.
Presunçoso e
autossuficiente, cuida ele mesmo dos muitos consertos sem efetivos resultados.
Acontece com o senhor
Jair Messias Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil.
Há três anos e meio —
atabalhoado, ineficiente e sem rumo — empenha-se no desmonte do Estado nacional
e de inúmeras políticas públicas que, em sua estupidez delirante, considera
ameaçadoras de princípios e preceitos de uma imaginária sociedade brasileira
ultra conservadora que, no cargo que ocupa, teria a alta responsabilidade de
preservar.
Uma obra obviamente
inacabada, pois falta-lhe talento e competência até mesmo para destruir.
E ocorre que a
constituição estabelece o mandato presidencial de quatro anos, renovável por
mais quatro anos através do voto.
É aí que a porca entorta
o rabo e o presidente da República perde o sono.
Veja: Bolsonaro, os militares e
a democracia https://bit.ly/3NwQssg
E mais tresloucado se
mostra.
Mercê de maioria
parlamentar ocasional, movida a benesses imediatistas e eleitoreiras, com
destaque para o imoral orçamento secreto, chuta remendos para todos os lados.
Alimentando contradições flagrantes: ao mesmo tempo em que destruiu o Bolsa
Família — o maior programa social do mundo, de múltipla eficácia —, por
exemplo, improvisa o tal Auxílio Brasil, de curtíssima duração e assentado em
tamanho improviso fiscal e formal que despreza o Cadastro Único como referência
para o acesso ao benefício.
Entrementes, as
sucessivas sondagens eleitorais realizadas por diversos institutos produzem um
consolidado que aponta para o fracasso do presidente na sua tentativa de
reeleição.
Até o citado Auxílio
Brasil, tido pelo comando da pré-campanha do presidente como chave para
recuperar expressiva parcela de intenções de voto perdidas, comporta — segundo
o Datafolha — entre seus beneficiários rejeição ao presidente de 62%.
E o inepto e incompetente
presidente, em torno do qual gravita um comando político mergulhado em
contradições e divergências, eleva o tom em suas ameaças de não aceitar o
resultado das urnas se uma delirante "sala escura", onde presume se
confirmaria a apuração eleitoral, não for submetida ao crivo da instituição
militar.
Isto sem encontrar
solução para uma economia afundada na retração das atividades produtivas, na
inflação e na queda brutal do poder de compra da população e no desemprego. E
sob as nuvens pesadas advindas de uma possível recessão nos EUA.
Evidente que a
campanha propriamente dita ainda não começou e, embora curta, terá forte
influência da propaganda na TV — que o bolsonarismo tentará utilizar como
última arma associada à rede de milícias digitais e sua profusão de fake news.
Veja: Polarização de quem
contra quem nas eleições presidenciais https://bit.ly/3QQ3t2Q
Objetivamente, o
barco do presidente da República, de inúmeros furos e tresloucado comando,
tende a afundar.
O ex-presidente Lula,
à testa de ampla frente política e eleitoral que pode se ampliar ainda mais,
pontifica com chances reais de vencer o pleito até mesmo no primeiro turno.
Desde que se acelere também, na base da sociedade, ampla e eficaz mobilização
nas redes e nas ruas.
.
Atenção aos fatos e tendências https://bit.ly/3n47CDe
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