O passado desastroso quer se infiltrar no futuro esperançoso
Enio
Lins, www.eniolins.com.br
Mais
delicada das questões da transição em curso é a ocupação
antecipada de postos para o próximo governo. Não é o caso de anúncios pela
futura gestão, de cargos que serão nomeados em janeiro, isso é normal. O
problema grave é a tentativa do atual desgoverno de se infiltrar no próximo.
Não é o mais grave
problema, pois a pior gestão governamental em toda
história do Brasil deixa um legado sem paralelo de desastres administrativos,
rapina financeira e destruição institucional – algumas provavelmente
irreversíveis –, que nem a equipe de transição consegue dimensionar ainda,
apesar dos esforços e das evidências.
Mas essa tentativa de
infiltração é a mais delicada, insisto. Inclui-se nesse
rol de impropriedades a pretendida nomeação de comandantes militares para o
próximo governo ainda neste desgoverno! O que é isso? Quem for nomeado agora o
será pelo meliante Jair B! Quem é nomeado deve o posto a quem nomeou! Querem
que o vagabundo do Jair, no apagar das luzes de sua gestão delinquente nomeie
os comandantes militares do próximo governo? É de se “ficar incrível” como se
diz no folclore político alagoano. Mas existe mais.
Pelo noticiado
recentemente, ocupantes de cargos em comissão do atual
desgoverno estariam garantindo espaços em representações do Brasil no Exterior.
Seria a “Fuga das Galinhas 2022”? Diz a Folhapress, em postagem às 23:40 do
domingo, 4, “com a derrota de Jair (...) na eleição, o comando da Polícia
Federal deu início a uma espécie de transição antecipada e está definindo o
destino dos dirigentes após o fim do governo. Parte da cúpula da PF deve ocupar
cargos no exterior. As indicações já estão tramitando internamente”.
Mas é nada! Daqui a pouco a atual cúpula da Polícia Rodoviária
Federal vai procurar alguma rodovia no Qatar para fiscalizar. Ou, quem sabe, as
atuais cúpulas dos órgãos ambientais federais vão buscar postos nas margens do
rio Sena.
Na verdade, desde já, articulam garantias que pouco ou nada será apurado. E, no
embalo, garantem privilégios funcionais antecipadamente. E se infiltram, de
alguma forma, na próxima gestão, assegurando para si as vantagens das
representações internacionais.
Lógico que não cabe nenhuma perseguição a quem quer que seja por ter
participado do desgoverno que se encerra. A maioria dos servidores públicos não
se meteu em nenhuma falcatrua, isso é certo. Mas é impensável premiar, no
próximo quadriênio, figuras comprometidas com os desmandos dessa quadra maldita.
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