O caminho da
reconstrução não é fácil
Luciano Siqueira
Nenhum observador
atento — a não ser os serviços de inteligência, que fizeram vista grossa —
poderia imaginar que no domingo subsequente à posse do novo presidente da
República o país vivesse o impacto das ações terroristas verificadas em
Brasília.
Mais do que isso, o
rastilho de pólvora que parece espalhado por todas as regiões do país.
Com maior ou menor
potencial destrutivo.
Pois a extrema
direita bolsonarista, irracional sobre todos os aspectos e alimentada por uma
perversa rede de disseminação da chamada realidade paralela, parece não
conhecer limites.
A sensação de
impunidade que inspirou muito dos agressores nos palácios da Praça dos Três
Poderes a fazerem eles próprios vídeos que os auto incriminam, parece ser
elemento constitutivo daquilo que podemos chamar consciência extremista.
Os desdobramentos do
trágico domingo 8 seguirão por muito tempo ainda.
Concomitantemente, o
presidente Lula e equipe têm sobre si a pressão continuada da urgência de pôr
ordem na economia, equacionar o socorro à população mais sofrida e sinalizar
uma retomada efetiva das atividades produtivas.
Isto sobre os
escombros do desgoverno Bolsonaro.
A variável tempo,
nessas circunstâncias, pesa muito. E é torpedeada pelo cipoal de dispositivos
infraconstitucionais adotados no governo passado que, a um só tempo, corroeram
as bases do Estado nacional e desorganizaram a administração.
E, muito em breve, a
nova composição da Câmara e do Senado trará em seu bojo um rosário de novas
dificuldades ao governo.
Ainda bem que segue
prevalecendo o espírito da frente ampla — marca absolutamente necessária do
terceiro governo Lula. Pois o caminho da reconstrução nacional não é fácil.
Fincar os pés na realidade concreta https://bit.ly/3Ye45TD
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