26 janeiro 2023

Enio Lins opina

O crime organizado, sob Jair, ganhou um enclave amazônico

Enio Lins www.eniolins.com.br

 

Uma enxurrada de fatos, indícios e provas, começam a dar uma visão real da política genocida de Jair Messias, e de seu desgoverno, contra as populações originárias. O caso Yanomami é esclarecedor e estarrecedor.

Em 17 de agosto
 do ano passado, o site The Intercept noticiava que o desgoverno do Jair havia ignorado, até aquela data, 21 ofícios enviados desde novembro de 2020 pela Utukara Associação Yanomami. Esses documentos, relatando os problemas e pedindo ajuda, foram endereçados ao MPF, Funai e Exército.

A associação relatava
 nessas duas dezenas de ofícios “uma sequência aterrorizante de ataques e pedidos de ajuda – quase todos sucedidos por novos ataques e denúncias de avanço do garimpo”. Três notas públicas foram divulgadas “chamando a atenção sobre um ataque [armado] à ICMBio; a morte de duas crianças [sugadas] por uma draga de garimpo; situação da aldeia de Aracaçá”.

O uso do mercúrio 
(banido internacionalmente) no trabalho ilegal do garimpo polui os rios onde os índios antes recolhiam água e pescavam, enquanto suas plantações são destruídas pelos grileiros. Jovens indígenas são recrutados pelos criminosos em troca de comida e álcool, passando a prestar serviços para as quadrilhas que atuam no garimpo e nas rotas de tráfico. Isoladas, as aldeias que resistiam aos criminosos foram ficando sem água potável, comida, remédios. E sem apoio do governo federal bolsonarista.

Em 26 de outubro de 2021
, o energúmeno que presidia o Brasil visitou uma área controlada pelas quadrilhas de garimpeiros ilegais no interior da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima, onde se confraternizou com os bandidos e fez pronunciamento defendendo a legalização daquela atividade criminosa. Neste período, o Conselho Indígena de Roraima denunciou que as gangues do garimpo ilegal de ouro começaram a dominar a região a partir de 2019.

Se estima que
, já em 2020, essas organizações criminosas contariam com cerca de 20 mil pessoas atuando ilegalmente no garimpo e desmatamento nas áreas indígenas, aterrorizando e matando quem lhes resista.

Trata-se de um problema
 de segurança nacional, com perda de soberania e evasão de divisas. A tentativa de extermínio dos yanomamis é face mais chocante do descalabro de quatro anos de gestão Jair Genocida – que estimulou e protegeu a instalação de um enclave do crime organizado na área Yanomami. E seria somente lá?

Fincar os pés na realidade concreta https://bit.ly/3Ye45TD

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