29 janeiro 2023

Minha opinião

A eleição nas duas Casas

Luciano Siqueira

 

Aqui e em qualquer parte do mundo, mesmo onde o sistema não é parlamentarista, como no Brasil, a eleição para as mesas diretoras da Câmara e do Senado comporta entendimentos e acordos.

Até mesmo nos EUA, onde apenas dois partidos – o Democrata e o Republicano – são representados. Ambos comportam facções que se movimentam por moto próprio.

Óbvio.

Sobretudo em nosso país tropical abençoado por Deus, em que ainda há considerável fragmentação na representação parlamentar. No Senado são 15 legendas, na Câmara, 19 (incluindo as federações) na legislatura que começa agora. 

Todo governo precisa de maioria parlamentar. Que será mais sólida ou mesmo frágil, conforme as circunstâncias. Do contrário, intenções essenciais que necessariamente envolvem respaldo legislativo poderão se frustrar. 

Ao poder executivo propriamente não cabe interferir na eleição das mesas diretoras das duas Casas. Interfere indiretamente, apoiado nas legendas que marcharam juntas para eleger o presidente da República.

No caso de Lula, as que compõem a ampla frente democrática vitoriosa. 

A Federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV) faz tempo já antecipou o apoio à reeleição dos atuais presidentes Arthur Lira, da Câmara e Rodrigo Pacheco do Senado. 

O restante da composição das duas mesas está em negociação, assim como a presidência de comissões consideradas estratégias, como a de Constituição e Justiça. 

Natural também que as forças que se colocam em oposição ao governo resistam e encarem a disputa, no mínimo para marcar posição.

Movimento semelhante acontece na esfera estadual, no âmbito das Assembleias Legislativas.

A cobertura midiática faz de conta que tudo isso é novidade e carrega muita tinta em relação a acordos entre partidos como se isso em si envolvesse algum dolo. 

Vale acompanhar atentamente, pois trata-se de um importante dado na correlação de forças na cena política. 

Vale a pena saber e entender https://bit.ly/3Ye45TD

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