Talento é também a capacidade de
tornar simples o que é complexo
Não se pode confundir o talento
e a simplicidade com o vulgar
Tostão/Folha
de S. Paulo
Antes de fazer meu curso de psicanálise achava que não
entenderia as ideias de Freud, porque imaginava que eram muito
complexas e que eu não tinha conhecimento para tanto. Com a ajuda do professor,
fiquei surpreso, pela clareza dos textos, que diziam o que eu observava no
mundo. Compreendi que até os mistérios da alma tinham uma lógica. Freud colocou
ordem no caos.
Quando atuei ao lado de Pelé, percebi que uma de suas principais
qualidades era tornar simples o que era complexo. Com poucos movimentos e
gestos, Pelé chegava ao gol com facilidade, além de ter uma
extraordinária técnica.
Quando me tornei colunista, crítico, voltei no tempo e tentei
descobrir algo que, dentro de campo, Pelé tivesse dificuldades, que não fosse
excepcional. Não consegui.
O grande escritor Graciliano Ramos dizia que escrever é a arte de
cortar palavras e que as palavras existem para dizer, e não para enfeitar.
O talento vai além da habilidade, da técnica, da criatividade,
da fantasia e das qualidades físicas e emocionais. É também a capacidade de
tornar simples o que é complexo.
O artilheiro, como Cano, precisa de um, no máximo dois toques na
bola para fazer o gol. A bola não procura o artilheiro, como diz o chavão. É o
artilheiro que sabe antes dos outros aonde a bola vai chegar.
Os neurocientistas falam que é uma inteligência cinestésica, espacial,
do movimento. Em uma fração de segundos, o jogador mapeia o que está em sua
volta e calcula os movimentos e a velocidade da bola, dos adversários e dos
companheiros. Nada disso adianta se o jogador não tiver uma grande técnica para
finalizar.
Ver, compreender e agir https://bit.ly/3Ye45TD
Nenhum comentário:
Postar um comentário