Conflitos de classe
em toda parte
Luciano Siqueira
Numa breve nota
biográfica acerca de Karl Marx e sua obra, Lenin escreveu que o marxismo deu
"o fio condutor" para que se possa compreender a multiplicidade de
fatos que compõem a cena econômica, social e política — o conflito e a luta
entre as classes.
A vida tem demonstrado
a correção dessa assertiva, ainda que os conflitos de classe sejam parcial ou
plenamente ofuscados por uma miríade de concepções e análises distorcidas sobre
o que está acontecendo.
Daí a interminável
sucessão de opiniões sobre determinado fenômeno bordejando as aparências, sem
captar a essência.
No Brasil dos nossos
dias, por exemplo, diariamente se busca — nos veículos midiáticos e mesmo em
publicações acadêmicas — entender o conflito de ideias e intenções que permeiam
o governo Lula desconsiderando-se esse "fio condutor".
Como se a vontade pessoal deste ou daquele líder e as intenções de grupos e gestores sobre questões cruciais da política econômica, por exemplo, não expressassem, conscientemente ou não, interesses de classes e segmentos de classes.
Da mesma forma, as
análises em torno do papel das Forças Armadas, agora e ao longo da história
republicana, também carecem desse critério científico.
A resultante
inevitável são opiniões superficiais e confusas, quando não conscientemente
interessadas em ocultar os verdadeiros interesses em jogo.
No caso das Forças
Armadas, nenhuma análise resulta consistente se não levar em conta que na
verdade são um dos instrumentos coercitivos do Estado vigente.
E o Estado, não há
como desconhecer, aqui e em qualquer parte do mundo, assume um caráter de classe
específico e bem definido. [Ilustração: Diego Rivera]
Um novo ciclo de transformações
progressistas na sociedade brasileira? bit.ly/41AKA9j
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