Palavras são palavras
e para vender tudo se diz
Luciano Siqueira
Hoje cedo, numa
gôndola de supermercado, o anúncio de uma marca de biscoitos: "não somos
um produto, somos uma criação".
Não me detive nos
detalhes porque aquele item não fazia parte da minha lista.
Mas de pronto me veio
a lembrança de um bordão de Walfrido Canavieira, personagem de Chico Anysio na
TV: "palavras são palavras, nada mais do que palavras!".
E tanto quanto é válida
assertiva de que papel aceita tudo, para vender, todas as palavras valem a
pena, inclusive com sentido dúbio.
Ora, biscoitos são
fabricados — logo, são produtos, sim, do trabalho humano. E se reproduzem em
escala traduzindo o que alguém criou como receita segundo referências
científicas e técnicas e da sabedoria popular e uma boa dose de criatividade.
Logo, biscoitos são
criação e produto ao mesmo tempo.
Estivesse aqui o
amigo Epaminondas, sempre disposto a uma boa polêmica, logo me corrigiria
brandindo argumentos próprios do marketing comercial, pois uma dose de sutileza
na mensagem às vezes faz a diferença.
Mais: acrescento cá
com meus botões: se a propaganda dos tais biscoitos é ostentada ali tão visível
é porque o fabricante já comprovou na prática a sua eficiência.
Eu é que não deveria,
neste sábado de manhã nublada cá na bela e complexa capital pernambucana, botar
defeito na propaganda, pois não sou expert no assunto, no máximo posso ser
consumidor.
Afinal, palavras são
palavras e, para convencer alguém ou para vender algo, tudo se diz e tudo se lê
e se ouve.
Tudo vale a pena quando a alma não é pequena https://bit.ly/3Ye45TD
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