Preciosas fichas de leitura
Luciano Siqueira
Mexendo na biblioteca daqui de casa encontrei algumas poucas fichas de leitura de antigamente.
São aqueles cartões pautados, de 6 por 9 cm, se não me engano, onde se datilografava ou escrevia à mão notas e referências de leitura.
Para serem consultadas posteriormente, quando necessário.
Comecei fazendo fichas por dever de ofício. Ainda adolescente, contratado como uma espécie de secretário particular pelo meu tio Paulo Rosas, professor de psicologia na Universidade Federal de Pernambuco, uma das minhas tarefas em sua biblioteca era justamente "fichar" grifos e anotações à margem que ele fazia nos muitos livros do seu interesse — de psicologia e educação, seu foco profissional, a temas diversos.
Eu datilografava as fichas usando uma Olivetti portátil.
Aprendi, assim, a organizar os conteúdos das muitas leituras, dele e das minhas.
Muito tempo depois, com o advento do computador, passei a fazer minhas fichas digitalizadas — que ao longo da vida têm me ajudado sempre.
Entre os guardados encontrados, eram apenas três as remanescentes, manuscritas, quase ilegíveis porque desbotadas pela umidade, com o registro da minha primeira leitura do Canto Geral, de Neruda, traduzido por Paulo Mendes Campos.
Foram ao lixo para não atraírem traças. Mas restou a boa lembrança.
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