A VESTIMENTA
Marcelo Mário de Melo*
Os olhos da poesia
lágrimas de cristal e nuvem
espelho mágico
rio paralelo.
Da festa ao funeral
açúcar/sal
deleite/delito
sim e não
alegria aflição
redondo/quadrado
ungido/ceifado.
Na correria
no rastejamento
na queda
na dança
na exaltação
na decadência
na dignidade
na vileza
na edificação
no desmoronamento.
Essa mania que a poesia tem
de vestir beleza em tudo.
[Ilustração: João Câmara]
*Jornalista, poeta
As voltas que o mundo dá https://bit.ly/3Ye45TD
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