Fala, presidente!
Luciano Siqueira
Três leitores aqui do blog me perguntam, pelo WhatsApp, acerca das entrevistas que recentemente Lula concedeu a algumas emissoras de rádio:
— O presidente não estaria se expondo excessivamente?
Minha resposta é não.
— É que assim ele fica vulnerável a críticas da mídia, insistem.
Na verdade, o combate a Lula nos complexos midiáticos porta-vozes do capital
financeiro e do agronegócio exportador batem no presidente quer ele se
pronuncie em longas entrevistas, quer se mantenha mais reservado.
Nas recentes entrevistas Lula abordou questões cruciais, sobretudo a política monetária sob a batuta do Banco Central. Em termos compreensíveis pelo cidadão comum.
Este é o detalhe.
É absolutamente necessário que o presidente da República se comunique diretamente com o povo, esclareça o que se passa no país, detalhe iniciativas e dificuldades do governo e, desse modo, estimule a população não apenas a acompanhar o debate, mas a se movimentar de algum modo.
O ideal seria um sistema de comunicação dem ocrática que compreendesse cada parte autônoma como convergente numa mesma direção: as falas do presidente, as manifestações de lideranças políticas e personalidades influentes na sociedade, a reverberação pelos partidos políticos e por sindicatos, entidades de estudantes e demais componentes dos movimentos sociais.
Para tanto, carecemos dos instrumentos digitais manuseados pelas big techs, que
os põem à disposição da extrema direita.
Entretanto, é possível reagir, sim. Construir, exercitando, um ambiente de comunicação por diferentes meios, por onde o campo político popular e progressista possa se expressar continuamente e em cima dos fatos.
Mas falta ainda uma convergência de
propósitos e iniciativas nessa direção.
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/02/aldo-arantes-opina.html
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