30 junho 2024

Minha opinião/poemas e poetas

Versos no story 
Luciano Siqueira 

A minha dúvida foi desfeita pelo poeta Adalberto Monteiro: 

— Amigo, no Brasil ainda se lê muito pouco poesia, livros muito menos! Você está ajudando a criar o hábito de ler poemas. Vá em frente.

Eu me refiro às estrofes e às vezes não mais do que dois versos de um poema que todas as manhãs publico no story do Instagram, digitados sobre uma obra de arte ou foto. 

O hábito é antigo. Entre cinco e seis da manhã, invariavelmente todos os dias, um dos meus primeiros gestos é foliar um livro de poesia.

E pinço de um poema uma passagem que desperta a minha atenção pela beleza plástica e pela força das palavras. 

De poetas como João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar e Cida Pedrosa tenho um enorme prazer de perceber que o poema foi precedido de um trabalho de parto nada simples. O poeta e as palavras arengam e ao final fazem as pazes...

Às vezes divulgo poetas muito pouco conhecidos. De um livro que me presentearam ou mesmo de registros que me chegam através do WhatsApp ou por e-mail.  

— Veja esse poema, você pode aproveitá-lo no Instagram.

Também divulgo poemas aqui no blog www.lucianosiqueira.blogspot.com sob a retranca "palavra de poeta".

A lista é imensa — dos já citados Cida Pedrosa, Ferreira Gullar e João Cabral de Melo Neto a poetas outros que, de modos distintos, me inspiram para mais um dia de labuta: Neruda, Maiakovski, Adélia Prado, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Mia Couto, Saramago, Jorge Luis Borges, Víctor Jara, Mario Benedetti, Drummond, Thiago de Melo, Adalberto Monteiro, Orley Mesquita, Vinícius, Manuel Bandeira, Rilke, Paulo Mendes Campos, Manoel de Barros, Geir Campos, Cora Coralina, Cecília Meireles, Clarice...

Incluo também os pernambucanos Carlos Pena Filho, Alberto da Cunha Melo, Maria do Carmo Barreto Campelo, Miró da Muribeca e muitos outros e meus ex-companheiros presos políticos em Itamaracá Marcelo Mário de Melo e Chico de Assis. 

Às vezes cito extraordinários letristas de nossa MPB, como Chico Buarque, Cazuza, Gonzaguinha, Aldir Blanc e o próprio Vinícius. 

Impossível lembrar aqui, de pronto, inúmeros outros autores que desde a adolescência me ajudam a viver intensamente e a perceber a verdade contida num detalhe ou num fato aparentemente fortuito — inspiração dos grandes poetas.

Como diz o argentino Borges: "Devo louvar e agradecer cada instante do tempo./Meu alimento é todas as coisas."

Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2023/10/joao-cabral-em-analise.html

Um comentário:

Marta Goncalo disse...

Vdd, de fato o hábito de fazermos leitura está com espaços cada vez menores, mesmo sendo belas e suaves poesias! Sua observação é um alerta! *ler é bom*