Dizer o quê?
Luciano Siqueira
Obviamente que o direito à crítica há de ser inquestionável. Opiniões se desenvolvem mediante o contraditório.
Outra coisa é querer impor ponto de vista próprio a outrem sob qualquer circunstância.
Particularmente em relação ao presidente da República.
Colunistas da grande mídia se revezam na crítica às entrevistas que Lula concedeu recentemente a algumas emissoras de rádio e ao portal UOL.
Relegam, inclusive, a importância do primeiro mandatário do país se dirigir diretamente à população atrav és de entrevistas livres.
Bem diferente do antecessor, que tratava a imprensa a pontapés e inventou o ridículo cercadinho nas proximidades do palácio Alvorada, onde quase todas as manhãs, ao sair para o seu ambiente de trabalho no outro palácio, o do Planalto, pronunciava diatribes de toda ordem, sob aplausos da claque previamente arregimentada.
Pois bem. Passando a régua, há entre os críticos e supostamente sábios colunistas algo em comum: frustram-se por não poderem impor ao presidente da República uma espécie de pauta prévia.
Pior: reclamam do conteúdo das opiniões proferidas pelo presidente. Sobretudo nas críticas ao presidente do Banco Central, representante do mercado financeiro Roberto Campos Neto, e na defesa de uma política monetária consentânea com os interesses maiores da nação e do povo.
Numa época de enfraquecimento do jornalismo, hoje basicamente declaratório e quase nada apoiado na apuração dos fatos, os tais colunistas, obedientes à orientação dos donos dos órgãos em que trabalham, fazem coro na ridícula afirmação de que Lula teria perdido a oportunidade de dizer "coisas mais interessantes".
No interesse de quem, cara pálida?
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/06/palavra-de-lula.html
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