05 julho 2024

Minha opinião/base social neofascista

No front da insegurança e do medo 

Luciano Siqueira  

Vivemos tempos difíceis, aqui e mundo afora. 

O pano de fundo é a crise do sistema econômico e social dominante, que se arrasta sem perspectiva de solução e carrega como subprodutos a ultra concentração da renda e da riqueza, transformações profundas no modo de produzir bens e serviços e na exclusão da imensa maioria dos que dependem do trabalho para sobreviver.

Do que decorre um ambiente social marcado pelo medo e pela frustração, onde vicejam ideias e comportamentos radicalmente individualistas e conservadores. 

 

Quando da ocorrência do vandalismo golpista de 8 de janeiro, em Brasília, pesquisas revelaram o perfil dominante entre os envolvidos: homens e mulheres de mais de quarenta anos, frustrados e sem perspectiva de melhoria de vida, capturados pela pregação conservadora nos costumes e extremista de direita.

 

Essa gente, ao modo de gado, como se diz, é levada a uma sensação de pertencimento a algo que lhe sensibiliza como revolta, ainda que sem perspectiva real de solucionar suas carências fundamentais.

 

Um material humano que, ao modo do antigo lumpemprolateriado, sensível à pregação da classe dominante, apesar de por ela explorado.

 

Aí vicejam a chamada guerra cultural e a ideologia do ódio, alimentando uma imensa massa de manobra sensível a fake news e a todo tipo de pregação neofascista.

 

O contraponto na base da sociedade há de ser a reestruturação dos movimentos populares inspirados na consciência de classe e num rumo político libertário.


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