No
front da insegurança e do medo
Luciano Siqueira
Vivemos tempos difíceis, aqui e mundo afora.
O pano de fundo é a crise do sistema econômico e social dominante, que se arrasta sem perspectiva de solução e
carrega como subprodutos a ultra concentração da renda e da riqueza,
transformações profundas no modo de produzir bens e serviços e na exclusão da
imensa maioria dos que dependem do trabalho para sobreviver.
Do que decorre um ambiente social marcado pelo medo e pela
frustração, onde vicejam ideias e comportamentos radicalmente individualistas e
conservadores.
Quando
da ocorrência do vandalismo golpista de 8 de janeiro, em Brasília, pesquisas
revelaram o perfil dominante entre os envolvidos: homens e mulheres de mais de
quarenta anos, frustrados e sem perspectiva de melhoria de vida, capturados
pela pregação conservadora nos costumes e extremista de direita.
Essa
gente, ao modo de gado, como se diz, é levada a uma sensação de pertencimento a
algo que lhe sensibiliza como revolta, ainda que sem perspectiva real de
solucionar suas carências fundamentais.
Um
material humano que, ao modo do antigo lumpemprolateriado, sensível à pregação
da classe dominante, apesar de por ela explorado.
Aí vicejam a chamada guerra cultural e a ideologia do ódio, alimentando uma imensa massa
de manobra sensível a fake news e a todo tipo de pregação neofascista.
O contraponto na base da sociedade há de ser a reestruturação dos movimentos populares inspirados na consciência de classe e num rumo político libertário.
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/06/minha-opiniao-no-cafe-e-nas-redes.html
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