02 julho 2024

Roberto Trevas opina

Relações econômicas sino-russas: possibilidades e desafios na contemporaneidade
Roberto Yplá Trevas*

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por finalidade, analisar as relações econômicas entre a Federação Russa e a República Popular da China, notadamente no período após o início da guerra Rússia e Ucrânia, a partir de fevereiro de 2022 quando a Federação Russa deu início a “Operação Militar Especial” invadindo a Ucrânia.

Nesse contexto as relações comerciais e econômicas entre a Rússia e a China começaram  a ter um aumento especial, fator esse decorrente principalmente após as sanções comerciais e econômicas impostas pelos Estados Unidos da América contra a Federação Russa que envolveu a grande maioria dos países europeus,  como a República Federal da Alemanha,  França,  Itália, Reino Unido,  dentre outros, que seguindo as determinações do governo americano na gestão BIDEN, suspenderam e retaliaram as suas relações comerciais e econômicas contra a Federação Russa,  resultando em um desequilíbrio enorme nas transações comerciais que há várias décadas ocorriam entre os países do leste europeu e a Federação Russa.

Em face dessa reação brutal desses países na compra de insumos básicos de Rússia,  notadamente petróleo, gás, fertilizantes, etc., que representava  grande volume de recursos financeiros na pauta de exportação da Federação  Russa, o líder Vladimir Putin  decidiu incrementar a relação comercial Rússia e China,  que contou com o apoio e suporte do Presidente Xi Jiping nessa nova estratégia comercial e econômica entre esses dois países.

2. APRESENTAÇÃO DO TEMA

No intuito de fazer uma análise das relações econômicas sino-russas,  torna-se necessário tecer algumas considerações sobre essas duas potências mundiais,  a Federação Russa e a República Popular da China.

A Rússia, maior país do mundo em extensão territorial que se estende pela Europa e pela Ásia,  foi por mais de 70 anos o centro de um grande projeto socialista de partido único. Originário de uma tradição monarquia absolutista, com o poder do Estado nas mãos do Czar,  nos tempos soviéticos a Rússia desenvolveu-se e tornou-se o coração de uma superpotência.

Após a Guerra Fria,  em que o bloco soviético entrou em crise, a União Soviética foi desmantelada, a Rússia passou pela década de 1990 em crise,  o país, porém emergiu do período de tumulto político e econômico buscando novamente se impor como uma potência mundial, com a liderança do presidente Vladimir Putin.

A República Popular da China,  através do regime comunista implantado pelo movimento revolucionário liderado por Mao Zedong, a partir de 1949,  resultou em melhorias no padrão econômico da classe trabalhadora chinesa, bem como da população rural, historicamente prejudicada pelos sucessivos regimes pré-1949. O período de 1949 a 1960 foi marcado pelos planos quinquenais que coletivizaram a economia do país, resultando em um crescimento econômico significativo. Ainda no governo de Mao Zedong, teve início uma nova etapa nas relações internacionais da China com os países do ocidente, notadamente os Estados Unidos da América, que consolidou-se com o governo de Deng Xiaoping (1978-1989).  Nesse contexto  e no sentido de implantar o “socialismo de mercado”,  Deng Xiaoping incentivou e orientou a estratégia de atuação de grandes conglomerados estatais, visando o crescimento econômico da República Popular da China. É importante salientar que o Partido Comunista da China é o controlador, gestor e orientador das empresas estatais chinesas,  que representam em 2024 50% do P.I.B. chinês, e portanto esse setor estatal aliado ao empresariado privado da China são as peças fundamentais no gigantesco comércio internacional desenvolvido pela China, inclusive com a Federação Russa, que teve um aumento substancial a partir do ano de 2022 com o início da “Operação Militar Especial”, e portanto o objeto do no sso estudo é o incremento representativo da balança comercial da Federação Russa e da República Popular da China,  no período de 2022 até o início do ano de 2024.

3. ANÁLISE CRÍTICA SOBRE O TEMA

3.1 RETROSPECTIVA DAS RELAÇÕES ECONÔMICAS/POLÍTICAS ENTRE A UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS SOVIÉTICOS E A REPÚBLICA POPULAR DA CHINA A PARTI DE 1949

No dia primeiro de outubro de 1949 a República Popular da China foi proclamada por Mao Zedong, depois de uma longa guerra civil contra a ocupação japonesa e contra os exércitos nacionalistas de Chang Kai Chek. Esse fato histórico ocorreu às 15 horas na Praça Tiananmen em Pequim,  sendo então proclamado o Governo Popular Central da República Popular da China.

Durante a guerra civil as forças revolucionárias lideradas por Mao Zedong contou com a simpatia e apoio da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas liderada por Joseph Stalin. A ajuda soviética a China ocorreu em grande intensidade nos primeiros anos da fundação  da República Popular da China, através de ajuda militar e financeira, assim como da ida de conselheiros militares e técnicos que colaboraram com o Presidente Mao. Com a morte de Joseph Stalin, Secretário Geral e líder Supremo da União Soviética, em 1954, não houve interrupção nessa cola boração tendo o novo Secretário Geral,  Nikita Khrushchov,  que assumiu em 1954 indo a sua gestão até 1964, sendo responsável pela “desestalinização”  da União Soviética, pelo apoio ao progresso do primeiro programa espacial soviético, e por várias reformas relativamente liberais em áreas de política interna.

A  ruptura sino-soviética começou em finais da década de 1950 e se intensificaria durante a década de 1960.

As raízes do conflito entre os comunistas chineses e a União Soviética remontava à época em  que Mao Zedong tinha tomado o poder no Partido Comunista da China contra as preferências soviéticas. No entanto, as diferentes visões chinesa e soviética da colaboração entre ambos provocariam um conflito crescente.  Enquanto a União Soviética pretendia tratar a China como mais um dos seus satélites,  os dirigentes da República Popular da China desejavam um tratamento em condições  de igualdade. A ajuda da União Soviética à China foi vista como mesquinha e interesseira por muitos dirigentes chin eses, entre eles Mao,  a quem Stalin já tinha tratado com desdém na sua primeira visita a Moscou em 1950,  que resultou na assinatura de um Tratado de Amizade Aliança e Assistência Mútua, em 14 de fevereiro de 1950.

Em 1955,  a China se recusou a fazer parte do Pacto de Varsóvia, em 1957 em um conferência de líderes de países socialistas em Moscou, Nikita Khrushchov reafirmou a conclamação para que o bloco socialista lutasse  por uma coexistência pacífica com o mundo capitalista, e tal conclamação foi rejeitada por Mao Zedong.

Em 1962,  a ruptura se aprofundou quando a União Soviética, com base no princípio da coexistência pacífica,  adotou uma postura de neutralidade em relação à guerra sino-indiana.
Durante a década de 1970,  a República Popular da China iniciou uma política de aproximação aos Estados Unidos da América e às potências ocidentais. Face a esta abertura de relações com os países ocidentais as relações entre a China e a União Soviética mantiveram-se distantes até finais da década de 1980,  quando o líder soviético Mikhail Gorbachov iniciou um processo de abertura que o levaria a visitar a China em  março de 1989, pouco antes dos acontecimentos ocorridos na Praça Tiananmen. Esta aproximação produziu-se num momento de grandes problemas para os dois países, tendo como resultado a dissolução da União Soviética no final de 1991,  que foi dividida em quinze repúblicas independentes. Desde aí,  o principal estado sucessor da União Soviética, a Federação Russa, mantém  relações muito mais cordiais com a República Popular da China, fazendo desaparecer a antiga rivalidade ideológica.

3.2 RELAÇÃO COMERCIAL RÚSSIA E CHINA ANTES DA “OPERAÇÃO MILITAR ESPECIAL” EM 24 FEVEREIRO 2022

A China tem sido um dos mais importantes parceiros comerciais da Rússia a partir do início do século XXI. Em 2010 a balança comercial Rússia e a China ultrapassou pela primeira vez, a balança comercial Rússia e a Alemanha e em  função do conflito da Rússia com a Ucrânia, em 2023, 26,5% das mercadorias importadas pela Rússia vieram da China.  A composição das exportações russas pela  a China mudaram substancialmente. Até a metade dos anos 2006, a Rússia exportava basicamente hidrocarbonetos para a Repúb lica Popular da China, principalmente produtos industriais tais como: produtos químicos, equipamentos, produtos de aço, etc. Segue abaixo quadro demonstrativo a Balança Comercial Rússia e China no período de 2017 a 2021.

BALANÇA COMERCIAL
RÚSSIA – CHINA
(2017 A 2021) : BILHÕES DE DÓLARES

ANOEXPORTAÇÃOIMPORTAÇÃOSALDO
201738,948,0(9,1)
201856,052,23,8
201957,354,13,2
202049,154,9(5,8)
202168,072,7(4,4)

Fonte: Serviço de Estatística da Alfândega da Federação Russa.

Vale a pena mencionar que o comércio bilateral entre China e Rússia já tinha sido impulsionado pelo forte crescimento econômico que ambos os países tiveram durante a década de 2000,  sendo importante ressaltar que a China registrou uma média de crescimento de 10,4% ao ano no período de 2000 a 2010,  assim como também a Rússia atingiu no mesmo período uma média de crescimento de 5,4% ao ano, índices bastante elevados se comparados com os diversos países tanto do ocidentes como do oriente.

É bom salientar que em 2001,  a China era o terceiro principal destino das exportações russas e a sétima origem das importações. É importante ressaltar o déficit comercial que a Rússia passou a ter com a China a partir dos anos 2000,  e que o comércio entre os dois países tem para a China um peso muito inferior ao que tem para a Rússia.

No ano de 2017,  a China era  destino de 10,4% das exportações russas e origem de 21,2% das suas importações, enquanto  que para a República Popular da China, a Rússia é o destino de menos de 2% das exportações e origem  de cerca de 2% das importações, e faz-se uma estimativa que nesse ano abordado, 70% das exportações da Rússia para China sejam da área de energia, enquanto por outro lado as exportações da China para a Rússia são principalmente de maquinários, principalmente equipamentos d e exploração de petróleo negado pelo Ocidente a partir das sanções iniciadas em 2014 contra a Rússia, após a anexação da Crimeia pela Rússia em 21 de março de 2014.

Enquanto a Rússia estava à procura  de mercados para suas exportações de petróleo e gás natural, a China se tornou, desde 2009,  o maior consumidor natural de energia primária.

O principal fator de risco à segurança energética da China é sua crescente dependência das importações de petróleo,  então essa relação bilateral no setor sensível de energia teve um crescimento substancial resultante na construção de oleoduto e um aumento significativo no fluxo de navios petroleiros russos. No período de 2009 e 2017, houve um aumento nas exportações de petróleo da Rússia para China de 539 mil barris/dia para 1,25 milhões de barris/dia. No ano de 2015 a China superou  a Alemanha como o país que mais importava petróleo da Rússia, e em 2016 a Rússia superou a Arábia Saudita como o maior fornecedor de petróleo para a China.

3.3 RELAÇÃO ECONÔMICA RÚSSIA E CHINA  APÓS O INÍCIO DA “OPERAÇÃO MILITAR ESPECIAL” CONTRA A UCRÂNIA, EM 24 FEVEREIRO DE 2022

Em 4 de fevereiro de 2022, por ocasião da cerimonia de abertura do XXIV Jogos Olímpicos de Inverno,  ocorrida na cidade de Pequim,  capital da República Popular da China, o Presidente da China Xi Jiping e o Presidente da Federação Russa Vladimir V. Putin, assinaram a “Declaração Conjunta entre a Federação Russa e a República Popular da China estabelecendo uma nova era na área de relações internacionais vis ando um desenvolvimento global sustentável.

Tal relação solidificou as relações entre as duas potências como uma “amizade sem fronteiras” e “sem áreas de cooperação proibidas”. Justamente,  três semanas mais tarde,  em 24 de fevereiro de 2022 a Federação Russa deu início a invasão da Ucrânia. Analisando as relações russas-chinesas desde o início da “operação militar especial” verifica-se que a China deu um extensivo suporte político a Rússia,  inicialmente com um apoio retórico, entretanto a China apontou para  a Rússia que dará também um apoio econômico, em outras palavras, indicava que ela (China) poderia ser uma “tábua de salvação econômica”, no sentido de dar reforço político e econômico a Federação Russa, notadamente depois daquela “Declaração Conjunta” assinada em Pequim em 4 de fevereiro de 2022,  acima citada.

Em face da guerra da Federação Russa contra a Ucrânia, as relações comerciais entre a Rússia e a China tiveram um crescimento substancial de ambas as partes e podemos relatar os incrementos comerciais,  por país, por principais produtos, iniciando fazendo-se uma análise dos principais itens exportados pela Federação Russa para a China, a saber:

1 – Petróleo

Após o início do conflito em 24/02/2022 a China importou da Rússia cerca de 67 bilhões de euros, um aumento de 8,2% em relação a 2021 em volume, porém 44,0% em valor, e a Rússia é o segundo maior fornecedor de petróleo a China depois da Arábia Saudita.

Em junho de 2023 a China tornou-se o maior importador de petróleo da Rússia, tendo atingido o nível de 2,27 milhões de barris de petróleo por dia, refletindo uma mudança radical nas compras do petróleo da Federação Russa.

2 – Gás

Durante a guerra e no ano de 2023 a China importou cerca de 12 bilhões de euros,  em  termos de volume representou mais de 50% da importação de gás de 2022,  e portanto a Rússia é o segundo maior fornecedor de gás para a China.

3 – Carvão, eletricidade e energia nuclear

No ano de 2022 a China importou de carvão da Rússia cerca de 7,2 bilhões de euros, sendo a Rússia o segundo maior fornecedor de carvão. A China importou também eletricidade da Rússia e houve um aumento substancial em 2022. No tocante a energia nuclear a China importa da Companhia Russa Rosatom, energia elétrica produzida pelas usinas nucleares dessa empresa nuclear Russa.

4 – Infraestrutura para compra de energia

Com a finalidade de melhorar a infra-estrutura visando a vendas de energia para a China, vários projetos de infra-estrutura foram desenvolvidos, lembrando que em 04 de fevereiro de 2022 os países envolvidos (China e Rússia), assinaram um  Acordo de 30 anos visando a construção de um oleoduto de Sakhalin para a China,  através do mar do Japão, que entrará em operação em alguns anos. Em janeiro de 2023 um novo Acordo foi assinado pelo Ministro Russo de Energia visando a construção de 2 novos oleodutos que deverão estar prontos até 2030. Apesa r do interesse e disposição do governo Russo em aumentar o intercâmbio comercial e de investimento, com a China,  algumas companhias chinesas,  privadas e estatais não se dispuseram a fazer novos investimentos nas áreas de petróleo e gás, posição esta que provavelmente será alterada tendo em vista novas negociações entre as autoridades dos respectivos países.

3.4 EXPORTAÇÕES CHINESAS E PRESENÇA ECONÔMICA NA RÚSSIA

Após certa redução das exportações chinesas para a Rússia logo após o início do conflito Rússia e Ucrânia,  no decorrer do verão de 2022 as exportações chinesas começaram a aumentar.

Em janeiro de 2022 os principais produtos chineses exportados para a Rússia, tais como equipamentos elétricos, produtos químicos, têxteis, plásticos, artigos de metal, dentre outros alcançaram  a cifra de cerca de US$ 8,0  bilhões,  caindo para cerca de US$ 4,0 bilhões no mês seguinte ao início da guerra e somente no mês de agosto voltou ao montante de US$ 8,0 bilhões em dezembro de 2022 e chegando em abril de 2023 a cerca de US$ 9,6 bilhões.

EXPORTAÇÕES CHINESAS PARA A RÚSSIA

CATEGORIAEXPORTAÇÃO 2022 US$ BILHÕESPERCENTUAL NAS EXPORTAÇÕES DE 2022CRESCIMENTO RELAÇÃO 2023 A 2022 (JANEIRO A MAIO)CRESCIMENTO RELAÇÃO 2023 A 2022 (AGOSTO A DEZEMBRO)
1 – Equipamento mecânicos e elétricos30,237%57%3%
2 – Veículos e equipamentos de transporte
7,4

10%

281%

95%
3 – Produtos químicos
6,7

9%

29%

-20%
4 – Metais5,67%41%2%
5 – Produtos têxteis5,47%49%4%
6 – Plástico e borracha
5,3

7%

88%

-1%
7 – Outros15,520%58%-10%

Fonte: Alfândega Chinesa.
 
É importante salientar que nos primeiros cinco meses de 2023 as exportações chinesas para Rússia atingiu US$ 43,00 bilhões,  o que representou 75,6% a mais  no mesmo período de 2022. As principais empresas chinesas continuam operando normalmente na Federação Russa após o período do conflito, tais como: Alibaba, Air China, Tencent, China Mobile, Xiaomi, Haier, Realme, Opp, Banco da Agricultura da China, Banco de Construção, Banco Industrial, CNPC, Petrochina, CCTD, dentre outras.

Entretanto algumas empresas chinesas tiveram  sanções por operarem com a Federação Russa, ou seja, algumas limitações, tais como a Hvawei, Lenovo, Union Pay, Ali Express,  Banco Comercial da China, Asian Bank, dentre outras.

Concluindo, podemos afirmar que as relações econômicas, técnicas e políticas entre a Federação Russa e a República Popular da China tiveram um crescimento representativo após o início da “operação militar especial”,  refletindo principalmente no ano de 2023 onde as relações bilaterais no âmbito comercial tiveram grande acréscimo,  continuando em progressão geométrica em 2024, haja visto que esse conflito trouxe um fortalecimento nas relações bilaterais da República Popular da China e da Federação Russa,  baseado principalmente ap ós a “Declaração Conjunta” assinada pelas duas potências em 4 de fevereiro de 2022.    

4. REFERÊNCIAS

ARRIGHI, Giovanni. Adam Smith em Pequim:  fundamentos do século XXI. São Paulo: Boitempo, 2008.
HILLMAN, Jonathan. China and Rússia: Economic Unequals – Center for Strategia And International Stuolies (2020).
JABBOUR, Elias; GABRIELE, Alberto. China, o socialismo do século XXI. Boitempo Editorial, 2002.
KISSINGER, Henry. Ordem mundial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2015.
KLUGE, Jamis. Rússia-China economic relations, SWP Reseande Paper 2024/RP 06, 24/05/2024.
MARTI, Michel. A China de Deng. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2007. 
SCEEVS – Stoclckholm Centre for Eastern European Studies. Rússia-China economic relations stuce the full-scale invasion of ukraine, Report 2, 2023.
SCHUTTE, Giorgio; DEBONE, Victor. Parceria China e Rússia: bases reais para superar desconfiança histórica. publicado em Rev. Carta Inter, fev./2020.
VALDAI, Discussion. Rússia China Strategc Partner Ship in the Context of the crisis in Europe, setembro 2022.

*Engenheiro, ex-Coordenador de Relações Internacionais da Prefeitura do Recife

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