Indústria naval reage e fecha 2024 com R$ 30,8 bi em projetos aprovados
Vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que o país vai recuperar o setor, que foi sucateado pelo governo anterior
Iram Alfaia/Vermelho
Sucateado no governo passado, o setor da indústria naval demonstrou seu melhor desempenho em mais de uma década: fechou o último ano com R$ 30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, somados aos dados de 2023, foram cerca de R$ 45 bilhões priorizados para 1.300 projetos, promovendo desenvolvimento econômico e social ao país.
Para se ter ideia, o valor aprovado no último biênio foi duas vezes superior ao que foi priorizado nos quatro anos do governo anterior.
Nos últimos dois anos, o número de projetos aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) foi 70% maior do que o total registrado entre 2019 e 2022, passando de 768 (em quatro anos) para 1.300 (nos últimos dois).
“Indústria naval a todo vapor! Com mais R$ 30 bilhões em projetos aprovados no ano de 2024, o Brasil vai construir 330 novas embarcações, gerando novos empregos e impulsionando a nossa economia. Sob a liderança de Lula, estamos retomando nosso lugar de destaque no setor”, comemorou o ministro da pasta, Silvio Costa Filho, para quem o governo retomou e priorizou projetos que foram negligenciados pelo governo passado.
Outro dado expressivo, diz a pasta dos Portos e Aeroportos, foi o valor destinado à realização de obras para expansão da indústria naval.
De janeiro a dezembro de 2024, foram firmados contratos no valor de R$ 5,33 bilhões, o maior volume desde 2012.
Esses recursos financiaram 548 novas obras, sendo a maior parte para navegação interior (415), seguidas por apoio marítimo (94), apoio portuário (37) e cabotagem (2). Somados aos recursos aplicados em 2023, o atual governo destinou R$ 6,36 bilhões para novos empreendimentos, um aumento de 326% em comparação ao período da gestão anterior (2019 a 2022).
Recuperação
Vice-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) diz que o país vai recuperar o setor, que foi sucateado pelo governo anterior e retomar o papel fundamental da indústria naval no fortalecimento da economia e na geração de empregos.
“A indústria de construção naval é um vetor estratégico da economia amplamente subsidiado em outros países com a magnitude do Brasil, tendo em vista que movimenta uma extensa cadeia de agentes econômicos, gera uma quantidade significativa de empregos diretos e indiretos, permite criar incentivos de promoção da Marinha Mercante nacional, reduz a remessa de divisas por fretes ao exterior, incentiva a geração de novas tecnologias e desenvolve outros setores estratégicos para a economia nacional”, explica a parlamentar.
A federação Única dos Petroleiros (FUP) destaca também que a indústria de construção naval é estratégica por seu impacto positivo em diversos setores econômicos. A entidade lembra que, durante a década de 2000, o setor experimentou um crescimento expressivo impulsionado pelo desenvolvimento do pré-sal, pela política de conteúdo local e pelas encomendas da Petrobras.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (SINAVAL), o número de trabalhadores no setor passou de 1.910 em 2000 para cerca de 80 mil em 2014.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, destacou em audiência na Câmara que o Plano de Negócios da Petrobras sinaliza contratações de novas plataformas de cabotagem, embarcações de apoio e sondas. Para Bacelar, priorizar conteúdo local e os estaleiros nacionais nessas contratações é essencial para garantir a recuperação sustentável do setor.
“Recentemente, a Petrobrás divulgou seu Plano Estratégico 2050, que reforça a importância contínua do petróleo e gás para a segurança energética, mesmo em meio à transição energética. A companhia continuará demandando embarcações para exploração e produção, especialmente em novas fronteiras como a Margem Equatorial e a Bacia de Pelotas”, diz nota da FUP.
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