Pássaro
Cecília
Meireles Aquilo que ontem cantava
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
Ele amava a água sem sede,
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
Não foi desejo ou imprudência:
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
Se acaso isso é desventura:
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma tênue ferida.
[Ilustração: Henri Matisse]
instagram.com/lucianosiqueira65
Leia
também um poema de Vinícius de Moraes https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/palavra-de-poeta-vinicius-de-moraes.html
já não canta.
Morreu de uma flor na boca:
não do espinho na garganta.
e, em verdade,
tendo asas, fitava o tempo,
livre de necessidade.
não foi nada.
E o dia toca em silêncio
a desventura causada.
ir-se a vida
sobre uma rosa tão bela,
por uma tênue ferida.
Leia também um poema de Vinícius de Moraes https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/palavra-de-poeta-vinicius-de-moraes.html
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