Primeiros passos no ano novo
Luciano
Siqueira
A rigor, a divisão do ano em 12 meses não passa de uma convenção.
O calendário atual foi adotado em 1582 pelo Papa Gregório XIII e
vingou.
Até a ascendente República Popular da China, ciosa de suas tradições
milenares, também o adota em razão das relações cada vez mais intensas com o
resto do mundo.
No plano pessoal, é de nossa tradição que os simples viventes adotem a
passagem de ano como marco para promessas em geral inviáveis.
Tem de tudo — até mudanças de caráter que bem sabemos não é tão simples
assim.
Não me recordo de ter entrado nessa, nunca. Talvez até pela consciência
das minhas próprias limitações no que se refere a mudanças bruscas e profundas
no meu jeito de ser.
E se não aconteceu na adolescência nem na juventude, agora próximo de um
fim de vida que nem sei quando acontecerá, menos ainda.
Conscientemente, e não necessariamente com o status de promessas para o
ano vindouro, adotei apenas dois compromissos no plano pessoal: objetivamente,
colocar um mínimo de ordem em minha mesa de trabalho na biblioteca daqui de
casa; e reforçar em minha conduta militante o que sempre tive: foco em
prioridades e disciplina.
A primeira promessa eu já cumpri. E a complemento tornando assim pública
a minha intenção de não mais espalhar sobre a mesa de trabalho livros,
anotações e canetas.
Quanto à segunda, nesses poucos dias creio que já dei pequenos mas
decididos passos. É questão de sobrevivência: sem foco e disciplina meus
últimos anos de vida, que espero sejam razoavelmente prolongados, se
converteriam em desordem insustentável.
Humildemente, sigo o conselho do poeta Drummond: "Recebe com
simplicidade este presente do acaso./Mereceste viver mais um ano."
Leia: "Feliz Ano Novo! Feliz 2025! Mas, cuidado... 2023 ainda não acabou" https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/enio-lins-opina.html
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