O peso crescente do BRICS
Luciano
Siqueira
Em um mundo conturbado e em plena transição a uma multipolaridade correspondente à perda relativa de força da superpotência Estados Unidos, até recentemente reinante unilateralmente pelas vias econômica, política, militar e cultural, até uma palha que se move pela força do vento merece atenção.
Pois bem. O ano da graça de 2025 se inicia com o ingresso de mais nove
países — Bielorrússia, Indonésia Cazaquistão, Tailândia, Uzbequistão, Cuba, Bolívia,
Uganda e Malásia —, no BRICS, que se somam aos componentes originais Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul e ao Irã, Egito, Emirados Árabes, Etiópia
e Arábia Saudita.
Antes o grupo já detinha pouco mais de 40% da população e 37% do PIB
mundiais; 70% da produção global de carvão mineral, 44% das reservas de
petróleo 53% das reservas de gás natural do mundo.
Três dos seus integrantes são potências nucleares: Rússia, China e
Índia.
A tendência natural é que, em meio à crise global, esse grupo de países
trabalhe em conjunto cada vez mais acentuadamente por uma nova governança
global e por alterações substanciais no sistema monetário, que ainda tem o
dólar como moeda de referência para as transações entre países.
Guardadas as diferenças políticas e ideológicas e interesses
eventualmente contraditórios entre os países integrantes, esse agrupamento
tende a cumprir papel cada vez mais ascendente na cena mundial.
Aí reside um leque de possibilidades para o Brasil, que pratica política
externa proativa e se movimenta, no atual governo Lula, de modo afirmativo nas
organizações multilaterais.
Leia também: Novas parcerias dos BRICS impulsionam multilateralismo https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/01/brics-ampliado.html
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