11 julho 2025

Enio Lins opina

“Não há outra conclusão a se tirar dessa mixórdia: trata-se de coisa de mafiosos”
Enio Lins 

ATÉ QUE TENTEI escrever algo diferente, mas na mesma direção escrita pelo editorial d’O Estado de São Paulo de quinta, 10 de julho. Mas entrego os pontos, e vou simplesmente transcrever oito parágrafos do publicado ontem, não necessariamente pela ordem. As maiúsculas em negrito são por minha conta. Data vênia, lá vai:

1 – “COISA DE MAFIOSOS - Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha a democracia.”

2 – “O PRESIDENTE AMERICANO, Donald Trump, enviou carta ao presidente Lula da Silva para informar que pretende impor tarifa de 50% para todos os produtos brasileiros exportados para os EUA. Da confusão de exclamações, frases desconexas e argumentos esquizofrênicos na mensagem, depreende-se que Trump decidiu castigar o Brasil em razão dos processos movidos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado e também por causa de ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas que administram redes sociais tidas pelo STF como abrigos de golpistas. Trump, ademais, alega que o Brasil tem superávit comercial com os EUA e, portanto, prejudica os interesses americanos.”

3 – “ANTES DE MAIS NADA, os EUA têm um robusto superávit comercial com o Brasil. Ou seja, Trump mentiu descaradamente na carta para justificar a medida drástica. Ademais, Trump pretende interferir diretamente nas decisões do Judiciário brasileiro, sobre o qual o governo federal, destinatário das ameaças, não tem nenhum poder. Talvez o presidente dos EUA, que está sendo bem-sucedido no desmonte dos freios e contrapesos da república americana, imagine que no Brasil o presidente também possa fazer o que bem entende em relação a processos judiciais”.

4 – “ESSE ESPANTOSO EPISÓDIO serve para demonstrar, como se ainda houvesse alguma dúvida, o caráter absolutamente daninho do trumpismo e, por tabela, do bolsonarismo. Para esses movimentos, os interesses dos EUA e do Brasil são confundidos com os interesses particulares de Trump e de Bolsonaro. Não se trata de “América em primeiro lugar” nem de “Brasil acima de tudo”, e sim dos caprichos e das ambições pessoais desses irresponsáveis”.

5 – “DIANTE DISSO, é absolutamente deplorável que ainda haja no Brasil quem defenda Trump, como recentemente fez o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vestiu o boné do movimento de Trump, o Maga (Make America Great Again), e cumprimentou o presidente americano depois que este fez suas primeiras ameaças ao Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro”.

6 – “AO EXIGIR QUE O GOVERNO brasileiro atue para interromper as ações contra Jair Bolsonaro, usando para isso a ameaça de retaliações comerciais gravíssimas, Trump imiscui-se de forma ultrajante em assuntos internos do Brasil. É verdade que Trump não tem o menor respeito pelas liturgias e rituais das relações entre Estados, mas mesmo para seus padrões a carta endereçada ao governo brasileiro passou de todos os limites”.

7 – “A REAÇÃO INICIAL DE LULA FOI CORRETA. Em postagem nas redes sociais, o presidente lembrou que o Brasil é um país soberano, que os Poderes são independentes e que os processos contra os golpistas são de inteira responsabilidade do Judiciário. E, também corretamente, informou que qualquer elevação de tarifa por parte dos EUA será seguida de elevação de tarifa brasileira, conforme o princípio da reciprocidade”.

8 – “NÃO HÁ OUTRA CONCLUSÃO A se tirar dessa mixórdia: trata-se de coisa de mafiosos. Trump usa a ameaça de impor tarifas comerciais ao Brasil para obrigar o País a se render a suas absurdas exigências”.

PUXA, ESTADÃO, VOCÊ BOTOU POCANDO! Muito bem. Parabéns ao sesquicentenário jornal paulistano. Valeu pela assinatura renovada. Sugiro assinar e ler o editorial inteiro (em https://www.estadao.com.br/opiniao/coisa-de-mafiosos/).

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Unir o Brasil para rechaçar ataque de Trump https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/07/palavra-do-pcdob_11.html

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