Presos por ataques golpistas receberam verba pública e de
bolsonaristas nas eleições
Pelo menos sete campanhas
foram irrigadas com R$ 180,8 mil dos fundos partidário e eleitoral
Mateus
Vargas e Cristiano Martins
Bolsonaristas que foram presos em Brasília por suposta participação nos ataques
golpistas de 8 de janeiro tiveram campanhas eleitorais em 2022
irrigadas por verba pública.
Pelo menos 10 desses bolsonaristas se candidataram para a
disputa do ano passado, sendo que 7 receberam a soma de R$ 180,8 mil dos fundos
eleitoral e partidário. Uma parte desse recurso foi distribuída aos presos por
candidaturas de outros políticos, como do novo governador de Santa Catarina,
Jorginho Mello (PL).
O grupo bolsonarista alcançou 5.800 votos e ninguém se elegeu.
Cinco deles garantiram vagas de suplente e uma candidata renunciou durante a
campanha.
O PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro,
abrigou cinco dos bolsonaristas presos que se candidataram em 2022. Patriota,
PMN, PRTB, Solidariedade e Democracia Cristã são as legendas dos demais.
Atual vereadora de Bom Jesus (SC), derrotada na disputa a
deputada estadual em SC, Odete Correa (PL-SC) arrecadou a maior cifra entre os
candidatos presos, R$ 58,9 mil. Ela conseguiu 564 votos e uma vaga de suplente.
A maior parte da verba levantada por Odete, R$ 35 mil, tem como
origem repasses feitos pela candidatura da ex-governadora e deputada federal
eleita Daniela Reinehr (PL-SC).
A bolsonarista presa ainda recebeu R$ 13,9 mil da campanha do
governador Jorginho Mello (PL-SC), além de R$ 10 mil de Valdir Colatto (PL-SC),
novo secretário estadual de Agricultura.
Daniela Reinehr disse que "repassou valores, durante a
campanha eleitoral, para quase todas as mulheres candidatas a deputada estadual
pelo partido".
O levantamento foi realizado pela Folha a partir do
cruzamento dos dados divulgados pela Seape (Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao todo, 65
bolsonaristas presos se candidataram em eleições gerais ou municipais desde
2000, 26 deles em mais de uma ocasião.
A bolsonarista Maria Elena Passos (PL-ES), que se tornou
suplente de deputada estadual, também teve parte da campanha bancada por outros
candidatos. Ela recebeu R$ 6,5 mil da candidatura do senador eleito Magno Malta
(PL-ES), além de R$ 30 mil da direção nacional do PL.
O jornalista Adrian Paz (PRTB-MG), candidato derrotado a
deputado estadual e preso no DF, publicava fotos nas redes sociais no
acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército. Em dezembro de
2022 ele exibiu cartazes, em diversos idiomas, afirmando que o Brasil havia
sido "roubado".
Outra política presa após os atos golpistas, Stela Maria
Atanazio (Democracia Cristã-SP) está no grupo de 60 bolsonaristas que deixar a
cadeia com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do ministro
Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Atanazio recebeu cerca de R$ 13,8 mil do partido, mas conseguiu
somente 247 votos e foi derrotada na disputa a deputada federal.
Rogério Souza Lima (PL-BA) teve o melhor resultado entre os
bolsonaristas que foram presos. Com 2.005 votos, ele se tornou suplente de
deputado estadual.
Ao menos dois bolsonaristas do grupo que se candidatou em 2022
divulgaram vídeos do momento da invasão das sedes dos três Poderes.
Oziel Lara dos Santos (Patriota-SC), que usou o nome
"Fuzileiro Oziel Santos" ao perder a disputa a deputado estadual,
transmitiu nas redes sociais a depredação do Palácio do Planalto.
No vídeo, ele afirmou que o povo estava "revoltado".
"É uma cena de guerra aqui. Nós, militares da reserva, avançamos na
frente. O STF já foi tomado", disse ainda.
Apesar de cobrar golpe e ação militar contra Lula, Oziel disse
que a "maioria dos patriotas não faz isso", ao se referir ao
vandalismo no Planalto. Ele recebeu R$ 10 mil da legenda durante a campanha
eleitoral.
O PL, legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro,
abrigou cinco dos bolsonaristas presos que se candidataram em 2022. Patriota,
PMN, PRTB, Solidariedade e Democracia Cristã são as legendas dos demais.
Atual vereadora de Bom Jesus (SC), derrotada na disputa a
deputada estadual em SC, Odete Correa (PL-SC) arrecadou a maior cifra entre os
candidatos presos, R$ 58,9 mil. Ela conseguiu 564 votos e uma vaga de suplente.
A maior parte da verba levantada por Odete, R$ 35 mil, tem como
origem repasses feitos pela candidatura da ex-governadora e deputada federal
eleita Daniela Reinehr (PL-SC).
A bolsonarista presa ainda recebeu R$ 13,9 mil da campanha do
governador Jorginho Mello (PL-SC), além de R$ 10 mil de Valdir Colatto (PL-SC),
novo secretário estadual de Agricultura.
Daniela Reinehr disse que "repassou valores, durante a
campanha eleitoral, para quase todas as mulheres candidatas a deputada estadual
pelo partido".
O levantamento foi realizado pela Folha a partir do
cruzamento dos dados divulgados pela Seape (Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ao todo, 65
bolsonaristas presos se candidataram em eleições gerais ou municipais desde
2000, 26 deles em mais de uma ocasião.
A bolsonarista Maria Elena Passos (PL-ES), que se tornou
suplente de deputada estadual, também teve parte da campanha bancada por outros
candidatos. Ela recebeu R$ 6,5 mil da candidatura do senador eleito Magno Malta
(PL-ES), além de R$ 30 mil da direção nacional do PL.
O jornalista Adrian Paz (PRTB-MG), candidato derrotado a
deputado estadual e preso no DF, publicava fotos nas redes sociais no
acampamento golpista em frente ao quartel-general do Exército. Em dezembro de
2022 ele exibiu cartazes, em diversos idiomas, afirmando que o Brasil havia
sido "roubado".
Outra política presa após os atos golpistas, Stela Maria
Atanazio (Democracia Cristã-SP) está no grupo de 60 bolsonaristas que deixar a
cadeia com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do ministro
Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Atanazio recebeu cerca de R$ 13,8 mil do partido, mas conseguiu
somente 247 votos e foi derrotada na disputa a deputada federal.
Rogério Souza Lima (PL-BA) teve o melhor resultado entre os
bolsonaristas que foram presos. Com 2.005 votos, ele se tornou suplente de
deputado estadual.
Ao menos dois bolsonaristas do grupo que se candidatou em 2022
divulgaram vídeos do momento da invasão das sedes dos três Poderes.
Oziel Lara dos Santos (Patriota-SC), que usou o nome
"Fuzileiro Oziel Santos" ao perder a disputa a deputado estadual,
transmitiu nas redes sociais a depredação do Palácio do Planalto.
No vídeo, ele afirmou que o povo estava "revoltado".
"É uma cena de guerra aqui. Nós, militares da reserva, avançamos na
frente. O STF já foi tomado", disse ainda.
Apesar de cobrar golpe e ação militar contra Lula, Oziel disse
que a "maioria dos patriotas não faz isso", ao se referir ao
vandalismo no Planalto. Ele recebeu R$ 10 mil da legenda durante a campanha
eleitoral.
Já o advogado
Thiago Queiroz (PL-MG) comemorou, em vídeos, a destruição dentro do Congresso
Nacional. Em 2022 ele recebeu R$ 35 mil do partido, mas perdeu a disputa a
deputado estadual.
"Tudo
quebrado, sobrou nada. Vou ter de levar alguma coisa de lembrança",
afirmou o advogado em vídeo gravado no Congresso Nacional, divulgado pelo site
Patos Notícias.
Ainda foi preso o
candidato a deputado federal Gennaro Vela Neto (PL-PR). Ele recebeu R$ 24 mil
do partido, teve 640 votos e ficou no posto de suplente.
Bolsonarista que
renunciou na disputa para segunda suplente de senador, Regina Aparecida Silva
(PMN-RR) também foi presa no DF.
A candidata derrotada
a deputada distrital Edna Borges Correa (Solidariedade-DF) teve apenas 106
votos. Ela foi detida sob suspeita de participar dos atos golpistas.
O partido disse que
expulsou Edna de seus quadros.
Já o PL disse que
abriu processos internos e vai expulsar filiados que
"comprovadamente" praticaram atos violentos. Os outros partidos de
bolsonaristas presos não se manifestaram.
O
multifacetado tempo presente https://bit.ly/3Ye45TD
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