18 março 2023

Minha opinião

Excessos cansam. Inclusive no futebol

Luciano Siqueira

 

Sempre gostei de futebol. Ao longo da vida, da pré-adolescência a anos recentes, partidas de diferentes dimensões técnicas e importância emocional para mim se tornarem inesquecíveis.

Até um jogo que assisti por acaso entre Guarani, de Sobral, versus Icasa, de Juazeiro do Ceará, num domingo à tarde, em Juazeiro. 

Vivia a militância clandestina e deveria me deslocar a Fortaleza no ônibus que sairia da rodoviária por volta das 19 horas. Sem ter o que fazer, comprei meu ingresso e fui ver o jogo.

Escolhi o time de maior torcida, o Icasa. Vencemos por 3 a 0 em jogo muito disputado.

Pois bem, isso no tempo em que ao torcedor comum não era tão difícil entender o que se passa, como hoje em meio a intensa e interminável sequência de jogos.

Várias competições ao mesmo tempo levam os jogadores à exaustão — mesmo nos clubes ricos, de elencos muito qualificados.

Dias atrás, jogaram no Recife Sport e Santa Cruz. Hoje, sábado, jogam novamente. Por duas competições simultâneas.

O torcedor que entenda. Ou que aguente, pois igual a cachaça com tripa de boi assada de tira gosto (uma delícia!) e outros prazeres frugais, também no futebol o excesso cansa. E enjoa.

Alguma solução à vista? Certamente não. Bem à margem das paixões, o futebol brasileiro, tal como no mundo afora, converteu-se num grande negócio.

Tudo a ver com o calendário de competições absolutamente irracional. 

Eu é que não entro nessa. Vejo um ou outro jogo pela TV, assim mesmo se tiver um mínimo de qualidade técnica ou de emoção. Como a maioria dos jogos é rotineira, cuido de outras coisas, que ninguém é de ferro e viver deve ser antes de tudo um prazer.

O futebol continua imprevisível? https://bit.ly/3ZyC9tL

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