Excessos cansam.
Inclusive no futebol
Luciano Siqueira
Sempre gostei de
futebol. Ao longo da vida, da pré-adolescência a anos recentes, partidas de
diferentes dimensões técnicas e importância emocional para mim se tornarem
inesquecíveis.
Até um jogo que
assisti por acaso entre Guarani, de Sobral, versus Icasa, de Juazeiro do Ceará,
num domingo à tarde, em Juazeiro.
Vivia a militância
clandestina e deveria me deslocar a Fortaleza no ônibus que sairia da
rodoviária por volta das 19 horas. Sem ter o que fazer, comprei meu ingresso e
fui ver o jogo.
Escolhi o time de maior
torcida, o Icasa. Vencemos por 3 a 0 em jogo muito disputado.
Pois bem, isso no
tempo em que ao torcedor comum não era tão difícil entender o que se passa,
como hoje em meio a intensa e interminável sequência de jogos.
Várias competições ao
mesmo tempo levam os jogadores à exaustão — mesmo nos clubes ricos, de elencos
muito qualificados.
Dias atrás, jogaram
no Recife Sport e Santa Cruz. Hoje, sábado, jogam novamente. Por duas
competições simultâneas.
O torcedor que
entenda. Ou que aguente, pois igual a cachaça com tripa de boi assada de tira
gosto (uma delícia!) e outros prazeres frugais, também no futebol o excesso
cansa. E enjoa.
Alguma solução à
vista? Certamente não. Bem à margem das paixões, o futebol brasileiro, tal como
no mundo afora, converteu-se num grande negócio.
Tudo a ver com o
calendário de competições absolutamente irracional.
Eu é que não entro
nessa. Vejo um ou outro jogo pela TV, assim mesmo se tiver um mínimo de
qualidade técnica ou de emoção. Como a maioria dos jogos é rotineira, cuido de
outras coisas, que ninguém é de ferro e viver deve ser antes de tudo um prazer.
O futebol continua imprevisível? https://bit.ly/3ZyC9tL
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