Ascensão e queda
Luciano Siqueira
No mundo da política convencional, nada pior do que a perspectiva de perder o poder.
Instituições democráticas estabelecem tempo de exercício dos mandatos. E a sucessão dos mandatários.
Mas alguns gostariam de se perpetuar no cargo. Para o bem ou para o mal.
Na reabertura das atividades parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lyra (PL-AL), grunhiu alto suas supostas insatisfações em relação ao governo, especialmente no trato do Orçamento — que a seu gosto e da maioria conservadora do parlamento, deveria ter quase a metade destinada a seus redutos eleitorais via emendas ao OGU e conforme os interesses específicos de cada um, nem sempre coincidentes com as necessidades mais prementes da comunidade.
Mas Lira grunhiu desesperado sobretudo porque o término do seu mandato se aproxima. A perspectiva de se tornar "ex" o apavora.
Não consta que esteja cotado, nem venha a ser, para nenhum ministério. Ou para a presidência de uma estatal poderosa.
Talvez lhe reste a presidência de uma comissão relativamente importante da própria Câmara.
Será muito pouco para quem cresceu chantageando o poder executivo por 8 anos.
E, além do despreparado para a planície, suponha-se que se torne mais vulnerável às investigações relativas a encrencas em que estaria metido em boa parte na aplicação dos recursos das suas próprias emendas seus redutos.
À articulação política do governo não cabe, obviamente, hostilizar o presidente da Câmara em declínio, nem ceder às suas ameaças.
O presidente Lula e a equipe de governo têm a extensa agenda da reconstrução nacional a incrementar.
Mais templos do que escolas e hospitais. Por que? http://tinyurl.com/5778fwdx
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