Auto-Retrato
Moacir Felix
Certa vez, numa aventura estranhafugi
do estreito túmulo em que me estorcia
para uma ampliação sem fim.
Quando voltei
e senti, de novo, ferindo-me, o peso dos grilhões,
então não mais sabia quem eu era.
E nunca mais soube quem eu sou.
Talvez a sombra triste de um sonho de poeta.
Talvez a misteriosa alma de uma estrela
a guardar ainda no profundo cerne
a ilógica saudade de um passado astral.
Talvez a misteriosa alma de uma estrela
a guardar ainda no profundo cerne
a ilógica saudade de um passado astral.
[Ilustração: René Magritte]
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Leia também um poema de Wisława Szymborska https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/03/palavra-de-poeta-wisawa-szymborska.html
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