20 junho 2025

Enio Lins opina

Israel x Irã, crônica de uma guerra anunciada – trecho 3
Enio Lins 

SEGUNDO O NOTICIADO mundo afora, Israel tem o líder supremo do Irã na mira, no ponto para ser assassinado. Trump, que teria vetado antes o ato terrorista, reafirmou sua disposição liberar o homicídio do aiatolá Ali Khamenei e declarou que “a paciência estava acabando”. Não duvide: Com ou sem aval de Donald, querendo Bibi, Ali estará morto antes do galo cantar – Israel vive de matar, tem supremacia nesse ramo.

ESSA “EXPERTISE” ISRAELENSE não é de hoje. A proficiência em assassinar é a marca do sionismo de extrema-direita. Grupos terroristas como o Irgun (Irgun Tzvai Leumi BeEretz Yisra'el – em tradução aproximada, “Organização Militar Nacional da Terra de Israel”) pintam o horror na Palestina antes de Israel ser criado enquanto Estado. Essa agremiação criminosa, Irgun, só para citar um exemplo – está presente no noticiário desde 1931, como dissidência do grupo paramilitar Haganá (fundado em 1920 e que, em 1948, tornou-se o núcleo das forças armadas israelenses). A coisa antecede à II Grande Guerra Mundial e, portanto, nada tem a ver com o sofrimento dos judeus sob o Nazismo.

EM 22 DE JULHO DE 1946, apenas um ano e dois meses depois da rendição alemã, o Irgun realizou um atentado à bomba contra a sede da administração britânica na Palestina, então funcionando no Hotel Rei Davi, no centro de Jerusalém. A explosão destruiu toda uma “quina” do edifício de sete andares e matou, na hora, 92 pessoas: 28 britânicos, 42 árabes, cinco de outras nacionalidades e – pasmem – 17 judeus; feriu mais 108 vítimas (dentre esses feridos podem ter morrido posteriormente mais três, pois existem registros de 95 óbitos). O motivo do atentado? Os britânicos não concordavam, na época, com a criação unilateral do Estado de Israel e, como responsáveis pela região, haviam apreendido documentos secretos sionistas. O ato foi comandado pelo notório terrorista Menachem Begin. Pelo mesm o motivo, por discordarem dos planos racistas e expansionistas dos sionistas, foram assassinadas autoridades importantes como o Lorde Mayone, Ministro de Estado britânico para o Oriente Médio, em 6 de novembro de 1944; e o Conde Bernadotte, diplomata da ONU, em 17 de setembro de 1948 – crimes cometidos pelo grupo terrorista Lehi, em parceria com o Irgun.

MENACHEM BEGIN, líder do Irgun, viria a ser primeiro-ministro de Israel, entre 1977 e 1983. Begin substituiu Yitzhak Rabin. Falamos sobre Rabin aqui, ontem: ele foi o primeiro-ministro de Israel que ousou assinar acordos de paz com os palestinos, em 1977, e, por essa atitude (heroica), foi assassinado naquele mesmo ano por um terrorista israelense. Que coincidência, né gente? Um líder israelita defensor da paz é assassinado, e em seu lugar entra um líder belicista. E atenção para essa linha do tempo política/partidária: Em 1948, o Irgun virou o partido Herut (“Liberdade”), presidido por Begin. Em 1973, o Herut mudou de nome para Likud (“Consolidação”). Nos dias em curso o Likud é o partido de quem? – Bibi Netanyahu!

NÃO É COISA DO PASSADO esse instinto assassino. Diz-nos a Wikipédia: “Em 1995, a Câmara Municipal de Jerusalém decidiu dar o nome ‘Gal’ a uma avenida, em homenagem a Joshua ‘Gal’ Goldschmidt, um dos homens que planejou esse ataque [ao Hotel Rei Davi] que vitimou 200 pessoas, das quais 95 morreram. Em julho de 2006, o [então] primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros políticos da direita israelense participaram da celebração do sexagésimo aniversário do atentado. O grupo colocou uma placa comemorativa no hotel, em homenagem ao Irgun”. Gestos que reafirmam o compromisso com o terror como método. Durante mais de 80 anos, sob a conivência das elites mundiais, especialmente das lideranças americanas, o terrorismo israelense mata quem, onde e quando desejar. Assim, seja o líder supremo do Irã ou uma criança palest ina, se o Führer Sionista de plantão (hoje é o Bibi) quiser matar, podem encomendar o caixão.

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Leia também: Israel x Irã, crônica de uma guerra anunciada – trecho 1 https://lucianosiqueira.blogspot.com/2025/06/enio-lins-opina_17.html

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