Concurso de miss, oxente!
Luciano
Siqueira
instagram.com/lucianosiqueira65
Leio agora que "em primeira entrevista pós coroa, Eduarda Braum,
24, conta como saiu da zona rural de Afonso Cláudio (ES) e conquistou um dos
principais títulos da beleza mundial".
Trata-se do concurso "Miss Supranacional", realizado na
Polônia.
Será o mesmo concurso Miss Mundo de antigamente?
Talvez, mas nada mais sei porque não me interessei em ler a notícia
inteira por pura perplexidade e uma boa dose de rejeição.
Nesse mundo alucinante em que vivemos e onde o exibicionismo feminino
ou masculino encontra múltiplas formas de se expressar através de redes sociais
e quejandos, ainda é necessário que mulheres consideradas belas desfilem
perante júri supostamente qualificado para assim aquilatarem a perfeição dos
seus corpos?
Que têm a dizer os sempre ofensivos movimentos pela igualdade de
gênero?
E se o tal concurso é "supranacional", que termos de
comparação podem ser utilizados para verificar a beleza de uma brasileira do
Sul ou do Nordeste em comparação com uma equatoriana ou suíça ou australiana ou
egípcia ou moçambicana ou japonesa?
Revoltado contra tamanha exploração do corpo feminino, resta-me recorrer
ao mesmo delírio que me acomete com frequência no conturbado trânsito do
Recife: "se Rei do Mundo — único, poderoso e discricionário — acabaria com esses concursos de miss no mesmo instante em que mandaria recolher
todas as motos que circulam conduzidas por pilotos ensandecidos e as destinaria
ao ferro velho!
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