Pacote de Bolsonaro não
coloca R$ 150 bilhões na economia
Medidas misturam laranjas com jaca velha, crédito
com dinheiro novo e mera antecipação de recursos
Vinicius Torres Freire, Folha de S. Paulo
"Em
ano eleitoral, pacote do
governo injeta R$ 150 bilhões na economia", a gente lia e ouvia
na tarde desta quinta-feira (17). Era o noticiário do anúncio do "Programa
Renda e Oportunidade", de Jair Bolsonaro.
É
cascata.
É
propaganda do governo, que soma um rolo de dinheiros diversos. Pode até aliviar
a vida muito dura de muita gente, por pouco tempo, talvez o bastante para
render uns pontos de pesquisa ou votos. Isso se o trem de crise que vem na
contramão não atropelar ainda mais a vida dessas pessoas.
Quem
está fazendo a conta de "inflação suga tantos bilhões da economia"? O
salário médio real deve cair de novo neste ano, tanto mais quanto piores foram
os efeitos da crise
mundial causada pela guerra e pelo arrocho dos
juros.
O
"pacote de R$ 150 bilhões" mistura laranjas com jaca velha, crédito
com dinheiro novo e mera antecipação de recursos.
O
governo vai permitir saques
de até R$ 1 mil no FGTS. Na estimativa oficial, sairiam R$ 30
bilhões. Dado o desespero do povo miúdo, é bem possível que a estimativa não
seja um exagero.
Pelo
terceiro ano consecutivo, o pagamento do 13º
dos benefícios do INSS será antecipado (a vantagem aqui é
receber o dinheiro antes do final do ano, ganhando, sei lá, uns 3% da inflação
que comeria o benefício).
Além
de ser antecipação, é medida repetida. Já estava na conta de
"injeções" de dinheiro na economia.
.
Veja: O ex-juiz é pré-candidato sem eira nem beira e não decola https://bit.ly/3u6hoY5
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