10 janeiro 2023

Minha opinião

Mais do que um tiro no próprio pé

Luciano Siqueira

 

Subproduto óbvio das violências praticadas pela horda bolsonarista em Brasília, domingo último, o tremendo desgaste do próprio bolsonarismo se configura um tiro no próprio pé.

O noticiário exaustivo nas diversas mídias tem vincado com clareza, fatos e argumentos, a expressão "terrorismo" para caracterizar o ocorrido.

A mescla de bolsonarismo propriamente dito com o antipetismo que se materializou nos votos obtidos pelo ex-presidente da República no último pleito, quase empatando o segundo turno, contém uma margem muito ampla de rejeição natural às violências praticadas.

Na continuidade, provavelmente uma parcela muito expressiva desse eleitorado migrará para o apoio às bandeiras democráticas e, por consequência, a uma aceitação tácita do governo Lula.

Esse é um fator relevante do movimento de placas tectônicas que pode melhorar a correlação de forças pró-frente ampla vitoriosa nas instâncias políticas e institucionais e no conjunto da sociedade.

Isto não significa nem de longe a subestimação da base social e da dimensão orgânica da extrema direita fascistóide alimentada diuturnamente no governo recém terminado. 

Trata-se de um movimento que, em certa medida, ganhou vida própria não necessariamente obediente aos sinais emitidos pelo próprio Bolsonaro ou seus porta-vozes assim identificados.

Mas o desgaste é um dado de realidade a ser valorizado.

A cada instante, o noticiário dá conta dos absurdos cometidos pelos terroristas bolsonaristas, assim como da materialização da identificação de responsabilidades diretas, por ação ou omissão criminosa, de autoridades do Distrito Federal assumidamente correligionárias do ex-presidente.

Nesse sentido, os acontecimentos de Brasília foram um tiro no próprio pé da extrema direita.

E uma sinalização clara, para o amplíssimo movimento em defesa da democracia, da real natureza do inimigo.

Nas quatros estações https://bit.ly/3Ye45TD

Nenhum comentário: