Mais do que um tiro
no próprio pé
Luciano Siqueira
Subproduto óbvio das violências praticadas pela horda bolsonarista em Brasília, domingo último, o tremendo desgaste do próprio bolsonarismo se configura um tiro no próprio pé.
O noticiário exaustivo
nas diversas mídias tem vincado com clareza, fatos e argumentos, a expressão
"terrorismo" para caracterizar o ocorrido.
A mescla de
bolsonarismo propriamente dito com o antipetismo que se materializou nos votos
obtidos pelo ex-presidente da República no último pleito, quase empatando o
segundo turno, contém uma margem muito ampla de rejeição natural às
violências praticadas.
Na continuidade,
provavelmente uma parcela muito expressiva desse eleitorado migrará para o apoio às bandeiras democráticas e, por consequência, a uma aceitação tácita do
governo Lula.
Esse é um fator
relevante do movimento de placas tectônicas que pode melhorar a correlação de
forças pró-frente ampla vitoriosa nas instâncias políticas e institucionais e no conjunto da sociedade.
Isto não significa
nem de longe a subestimação da base social e da dimensão orgânica da extrema
direita fascistóide alimentada diuturnamente no governo recém terminado.
Trata-se de um
movimento que, em certa medida, ganhou vida própria não necessariamente
obediente aos sinais emitidos pelo próprio Bolsonaro ou seus porta-vozes assim
identificados.
Mas o desgaste é um
dado de realidade a ser valorizado.
A cada instante, o
noticiário dá conta dos absurdos cometidos pelos terroristas bolsonaristas, assim como da materialização da identificação de responsabilidades diretas, por
ação ou omissão criminosa, de autoridades do Distrito Federal assumidamente correligionárias
do ex-presidente.
Nesse sentido, os acontecimentos de Brasília foram um tiro no próprio pé da extrema direita.
E uma sinalização clara, para o amplíssimo movimento em defesa da
democracia, da real natureza do inimigo.
Nas quatros estações https://bit.ly/3Ye45TD
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