Mais médicos: vale a pena ter
de novo
Por Enio Lins www.eniolins.com.br
Anunciado o retorno do programa Mais Médicos, uma das medidas
mais felizes do atual governo Lula, devolvendo à população menos favorecida,
especialmente às comunidades distantes dos centros urbanos, um atendimento
médico efetivo.
Em minha opinião o correto mesmo seria
imediatamente restabelecer o contrato com os médicos cubanos, indiscutivelmente
a experiência de maior sucesso nas edições anteriores. Sei da carga ideológica
dessa contratação, mas isso também precisaria ser enfrentado.
Uma das questões mais simples e,
contraditoriamente, mais complexas, é o deslocamento de profissionais da
Medicina para regiões ermas e desprovidas de infraestrutura. Drama antigo, que
esbarra na resistência generalizada à interiorização.
Como se sabe, esse programa foi criado em 2013,
pela presidenta Dilma, e foi um grande sucesso, o que provocou a ira dos
setores mais elitizados e corporativistas. O projeto foi sendo aperfeiçoado,
mas, depois do impeachment, relegado.
Uma década depois, a versão 2023, segundo o
Ministério da Saúde, “deve priorizar não só a contratação de médicos
brasileiros, mas também outros profissionais de saúde como dentistas,
enfermeiros e até assistentes sociais”. Aplausos!
Vamos fazer o L para liberar também a contratação
de outros segmentos, como psicologia... afinal o Brasil é um país onde 44%
acredita no risco comunista e 58 milhões de pessoas votaram num energúmeno que
faz arminha com os dedos.
De acordo com a Presidência da República, serão
simultaneamente realizadas melhorias “no Sistema Único de Saúde com
investimento em reforma de unidades básicas do SUS”. Levanta-se também a
hipótese de incentivos de permanência a esses profissionais nos municípios para
onde foram contratados pelo programa – o que é outra ótima ideia.
No balanço feito do Programa durante a gestão
Dilma, consta que o Mais Médicos foi responsável por “100% da atenção primária
em 1.039 municípios, contratou mais de 18 mil profissionais e beneficiou 53 milhões
de brasileiros”.
São números impressionantes, de fato. E não se
pode esperar menos desta terceira gestão Lula, pois o fator experiência
acumulada precisa ser considerado e cobrado, até porque em uma década o Brasil
se deteriorou muito em termos sociais.
Agora é acompanhar e torcer para dar certo
novamente – e estudar como estão os cursos de formação em ciências da saúde,
enfermagem e correlatos. A demanda cresce em progressão geométrica e a oferta
precisa acompanhar, conforme rezam as tais leis do mercado.
Nem todos os caminhos levam aonde se quer
https://bit.ly/3Ye45TD
Nenhum comentário:
Postar um comentário