O “mercado” diz o quê?
Luciano
Siqueira
Nesses dois meses já
transcorridos do terceiro governo Lula, não há um dia, inclusive domingos e
feriados, que não tenhamos escutado ou lido em algum lugar da grande mídia que
monopoliza a comunicação no país, alguma advertência do todo poderoso
"mercado".
Lula acentua seus compromissos
com os mais pobres, algum analista o adverte que o tom afirmativo das suas
palavras pode ferir os ouvidos do "mercado".
Haddad rascunha ideias acerca de
uma pretendida retomada das atividades produtivas sem descontrole fiscal (sic),
logo lhe recomendam debater o assunto com especialistas do "mercado".
Até me surpreendeu que o técnico
interino da seleção brasileira, Ramon Menezes, tenha feito uma convocação em
certa medida ousada do time que fará amistoso com Marrocos e ninguém lhe
perguntou se, para tanto, havia considerado os humores do "mercado"...
Tal a dominância do capital
financeiro que a figura onipresente do tal "mercado" entranhou-se na
vida social, política e até cultural de tal modo que parece a tudo
supervisionar com rígidos critérios de controle.
Pois bem.
Nos EUA clamorosamente faliu o
Silicon Valley Bank. E agora?
É a
segunda maior falência de banco na história dos Estados Unidos. Alvoroço
nos escritórios e nas bolsas.
Há de se perguntar onde estava a onisciência
do tal "mercado", que não previu nem evitou a debacle do banco
norte-americano.
Agora, nos círculos financeiros o
que se debate é o tamanho da fatura — ou seja, trata-se da quebra de um só
banco ou teremos novamente uma crise conjuntural sistêmica de arrombar?
Quer saber? Faça como a grande
mídia monopolista brasileira: pergunte ao "mercado"...
O presidente Lula fala por gestos e palavras https://bit.ly/3Iy1pdy
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