COLEÇÃO IAHGP –
REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817
Publicados
pela Cepe Editora em parceria com o Instituto Arqueológico, Histórico e
Geográfico Pernambucano, os quatro livros são relíquias sobre o primeiro
movimento anticolonial do país
Revista Continente
Em
comemoração aos 206 anos da Revolução Pernambucana
de 1817, a Companhia Editora de Pernambuco, em parceria com o Instituto
Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), lança quatro livros
de grande valor para a história do estado e do Brasil. Os volumes registram o
período do primeiro movimento anticolonial brasileiro que rompeu com a
dominação portuguesa, instaurando, no país, uma república independente por 74
dias. A Coleção IAHGP chega
às livrarias nesta segunda (6), data da celebração da revolução, mas haverá
evento de lançamento no dia 20, às 19h, na Academia Pernambucana de Letras
(APL).
Boa parte do conteúdo é rara e encontrava-se esgotada. Os títulos têm
inspiração a partir do bicentenário da Revolução de 1817, celebrado em 2017,
por isso é o contexto central das primeiras obras. No entanto, para além disso,
são acrescentados textos mais recentes e documentos históricos que permitem
novas leituras do período.
“O lançamento destas quatro obras iniciais da Coleção IAHGP –
O Brasil heroico em 1817; Os mártires pernambucanos; Os padres e a Teologia da
Ilustração e Liberdade: Rotinas e rupturas do escravismo no Recife – representa
uma importante colaboração da Cepe para os estudos históricos em nosso estado,
pois estão sendo disponibilizadas duas obras de grandes historiadores sobre um
momento crucial de nossa história e também dois documentos históricos que
subsidiarão novos trabalhos e novas interpretações sobre o nosso passado”,
afirma George Cabral, historiador e sócio do IAHGP que assina as apresentações
das obras.
Conheça um pouco de cada uma delas:
O BRASIL HEROICO EM 1817
Com assinatura de Alípio Bandeira (1873-1939), a obra ganha segunda
edição pela Cepe, após 105 anos do seu lançamento, em 1918. Publicada em
celebração ao centenário da Revolução Pernambucana, O Brasil heroico em 1817 dedica
capítulos a personagens memoráveis do período, como Padre José Ignacio Ribeiro
de Abreu e Lima (1768-1818), Domingos José Martins (1781-1817) e Domingos
Teotônio Jorge (?-1817).
OS MÁRTIRES
PERNAMBUCANOS:
Vítimas
da liberdade nas duas revoluções ensaiadas em 1710 e 1817
Publicado
pela primeira vez em 1853, por Felipe Lopes Neto, um dos líderes da Revolução
de Praieira, e assinado pelo padre português Joaquim Dias Martins, o dicionário
biográfico dos revolucionários de 1710 e 1817 é avaliado por especialistas como
manual do pernambucano revolucionário. Trata-se de importante fonte de
informação para a história do movimento de 1817, sobretudo pelo fato de o autor
ter consultado fontes já desaparecidas. A nova edição traz 628 personagens da
Guerra dos Mascates (1710-1711) e da Revolução Pernambucana.
OS PADRES E A
TEOLOGIA DA ILUSTRAÇÃO
A Revolução
de 1817 também ficou conhecida como a Revolução dos Padres, em razão do
engajamento de religiosos das mais diversas ordens eclesiásticas e níveis
hierárquicos. A obra, que ganha sua segunda edição pela Cepe, teve origem na
tese de doutorado em História Social do historiador e professor Antônio Jorge
Siqueira. A pesquisa, de 1981, foi feita com base em acervos portugueses e
brasileiros e é tida como um dos mais sólidos estudos sobre a participação do
clero no movimento revolucionário.
LIBERDADE:
Rotinas
e rupturas do escravismo no Recife
A obra é
outra preciosidade da coleção. O livro, que permite uma análise intensa sobre a
escravidão na primeira metade do século XIX, identifica os grandes traficantes
de pessoas escravizadas que atuavam no comércio entre a África e Pernambuco. O
trabalha relata, inclusive, formas de resistência dos escravizados. Lançado
originalmente pela Editora Universitária da UFPE, em 1998, o livro de Marcus
Carvalho, professor de história na Universidade Federal de Pernambuco, destaca
a noção de liberdade como sinônimo de pertencimento, afirmando que hoje a
liberdade é interpretada como autonomia, mas, em outros momentos, já significou
fazer parte de uma comunidade, ao poder usufruir de direitos de forma coletiva.
***
“Os livros da Coleção
IAHGP são resultado de uma pesquisa aprofundada e meticulosa realizada por
especialistas em suas respectivas áreas. Oferecem aos leitores uma oportunidade
única de mergulhar na história de Pernambuco e de compreender melhor as raízes e
o contexto da Revolução Pernambucana”, destaca o jornalista e diretor de
Produção e Edição da Cepe, Ricardo Melo.
A presidente do IAHGP, Margarida Cantarelli, também destaca a iniciativa: “A
coleção é um importante registro histórico feito através de livros que
certamente apoiarão futuros pesquisadores. Dos quatro títulos lançados agora,
dois são de autoria de membros do IAHGP e isso nos orgulha, além de fazer parte
de nosso propósito enquanto instituição”.
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