Confusa e precária
Luciano Siqueira
Quanto se escreve e se fala sobre a fragilidade da base de apoio parlamentar do governo Lula!
Via de regra, omitindo um elemento primário e incontornável: quatro quintos dos parlamentares eleitos no último pleito votou em Bolsonaro, não em Lula.
Mais: raros são os partidos — como o PCdoB — que se comportam segundo orientação política unitária e de base programática.
Na maioria das legendas, sobretudo as de maior representação parlamentar, prevalece a dispersão movida a interesses individuais.
O peso de deliberações de bancada, quando acontecem, e o papel dos líderes é muito pequeno.
Daí o governo precisar negociar e fazer concessões a cada matéria importante posta na pauta.
E assim será até 2026.
O complexo midiático, porta voz do mercado financeiro e do agronegócio exportador, faz de cada derrota do governo no parlamento, por menor que seja, instrumento de desgaste do presidente Lula e equipe.
Um exagero.
Conscientemente e em alguns poucos casos nem tanto, analistas fixam-se no fato imediato sem considerar o fio da da história da frágil e conturbada República brasileira.
Do lado de cá da ponta, cabe a consciência de que é preciso lutar muito, tanto na chamada grande política, incluindo a esfera parlamentar, como sobretudo no esclarecimento, organização e mobilização da base da sociedade.
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