Luciano Siqueira
No tabuleiro geopolítico mundial, sob complexa e traumatizante transição da situação estabelecida após a debacle da União Soviética — mundo unipolar sobre a hegemonia absoluta norte-americana pa uma multipolaridade inteiramente nova —, segue na ordem do dia o genocídio praticado por Israel na faixa de Gaza. Sempre com apoio político e militar incondicional dos Estados Unidos.
Entretanto, como a potência norte-americana enfrenta crise social e política interna traduzida numa sociedade dividida ao meio e sem maiores perspectivas, o presidente Joe Biden se vê na contingência que sustentar um bate boca sem maiores consequências com o governo de Israel.
São dois trilhos que seguem em paralelo: o comprometimento militar norte-americano com o ataque sem medida ao povo palestino; e o jogo do faz de conta midiático para reduzir a sangria de votos da própria base política do presidente.
É nesse contexto que ocupa as manchetes a declaração do ministro da defesa de Israel, Yoav Gallant, segundo qual já se está trabalhando para encontrar um substituto para o governo do Hamas na Faixa de Gaza.
Mas: diz ele que a guerra não terminará até que o Hamas seja desmantelado, um propósito que parece longe, ou impossível, de se concretizar.
Ou seja, alimenta-se apenas para fins eleitorais um conflito na essência inexistente entre os Estados Unidos e seu apadrinhado do Oriente Médio.
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