Benéfica imperfeição
Luciano Siqueira
Vez por outra vejo anúncios
atraentes que tentam me recrutar para cursos rápidos — de fotografia no
smartphone, de escrita dita moderna e mesmo sobre método de leitura inovador...
Às vezes, por curiosidade, presto atenção ao que está sendo
ofertado.
E
quase caio na armadilha da inscrição gratuita.
Armadilha,
no caso, não que desconfie dos ofertantes.
Diz
respeito a mim mesmo, que para várias coisas da vida prefiro a imperfeição do
que a técnica apurada.
Discurso
em público, por exemplo. Nunca fiz curso, nem li qualquer manual de instrução.
Tento ser um orador apenas convincente, capaz de tocar na sensibilidade nos
ouvintes. Convencer pela ideia e pela emoção, sem conceções a artifícios de
oratória.
Fotógrafo
amador a vida inteira, desde as câmeras Kodak tipo caixão e, por largo tempo,
uma boa Yashika e hoje em dia apenas com o smartphone, contento-me com boas
fotos eventuais e o veredito de profissionais que dizem que tenho um "bom
olho".
Elogios
sobre o enquadramento, já ouvi vários.
Do
mesmo modo não consigo imaginar utilidade nenhuma em técnica que me permita ler 20
livros no mês!
Para
quê?
Na
leitura, importam a apreensão do conteúdo e o prazer de ler. Jamais a
quantidade de títulos em curto espaço de tempo.
E
assim em muitos outros aspectos da vida, do modo de ser e de interagir com as
pessoas. Prefiro a naturalidade do que o uso de técnicas em favor de um
suposto bom desempenho.
Imperfeitos
somos todos — e, da minha parte, assim sempre fui e desejo ser até os meus
últimos dias.
Leia também: https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/04/minha-opiniao_5.html
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