Nilson Vellazquez, em seu blog
Se é
verdade que a tarefa de construir a revolução brasileira - e assim seria em
qualquer lugar - não é tarefa de poucos, de alguns iluminados, é verdade também
que construir o caminho, a que nós do PCdoB chamamos de Novo Projeto Nacional
de Desenvolvimento, exige a participação ativa de um amplo espectro de forças,
com centralidade nos trabalhadores, juventude, intelectualidade e mulheres.
Esse
amplo espectro de forças, nucleado pelos setores de esquerda, num primeiro
momento está longe de ser hegemonizado pelos comunistas; precisa, sobretudo,
reunir os progressistas, os nacionalistas e os interessados em desenvolvimento
com participação e distribuição social.
Digo
isso, pois, mesmo com 93 anos de história e com longa trajetória de
contribuições benéficas à história do Brasil, os comunistas sempre foram
duramente perseguidos, e com o fim da URSS e queda do muro de Berlim, a posição
de defensiva estratégica coloca os comunistas, no Brasil e no mundo, apesar de
relativas conquistas através da democracia burguesa, em situação difícil para
acumular forças.
Sendo
assim, é errada a visão dogmática e estreita de que só os comunistas
'puro-sangue' são aptos a transformar a realidade brasileira.
No
Brasil, país cujo desenvolvimento desigual, tardio, cujas rupturas sempre foram
incompletas e onde o capitalismo se desenvolveu ao lado de uma estrutura
atrasada (latifúndio, escravidão, ausência de reforma agrária, ausência de
educação publica de qualidade, períodos longos de ausência de democracia),
sempre existiram lutadores do povo; desde Zumbi aos mais atuais lutadores por
cidades mais humanas, passando por José Bonifácio, Getúlio Vargas, Osvaldão, Helenira
Rezende e tantos outros anônimos.
Dessa
forma, o centro da questão hoje é como acumular forças suficientes para ocupar
os espaços de poder político rumo a uma transição a um novo ciclo
civilizacional, sem perder de vista que no ambiente hodierno cujas tendências
fascistas, anticomunistas e conservadoras são tão presentes, é preciso redobrar
os esforços para conquistar corações e mentes para a luta revolucionária.
Enquanto
o nível de consciência revolucionária não é o 'desejado', é preciso ter ao
nosso lado, nas nossas hostes todos aqueles lutadores do povo: os que lutam por
moradias dignas; aqueles que lutam por terra; os que lutam por cidades mais
humanas; aqueles que em suas comunidades atendem às demandas populares; os que
ajudam comunidades inteiras com serviços de saúde; enfim, todos aqueles que -
mesmo sem perspectiva revolucionária - buscam fazer o bem aos seus pares.
O
"x" da questão, nesse caso, é como conquistá-los. Como aliar a luta
pelo específico, pelo imediato pelo qual todos esses lutam, com o geral, com a
luta por emancipação da classe trabalhadora, pela mudança do sistema. Remédio
eficaz para essa necessidade começa pelo fim da estreiteza e soberba. Não somos
- embora busquemos - os donos da verdade. Lutadores existem, cabe a nós
conquistá-los!
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