A política e a economia
Eduardo
Bomfim, no portal Vermelho
Em
conversa sobre a conjuntura, um jovem ativista indagou se a saída da atual
crise institucional em que vive o país é de natureza econômica ou política.
Tenho a impressão que ela se
expressa através dos dois vetores, sendo que ela é essencialmente política,
dado que é pela via da luta de ideias e a articulação de setores políticos,
camadas sociais, que se encontram as saídas e os rumos de qualquer processo,
seja ele imediato ou de fundo estratégico.
No entanto, se é verdade que não
há solução para as crises econômicas fora da iniciativa, da decisão pela
vontade política, também não é menos correto, entendo, identificar que o acerto
na tática ou na estratégia política não substitui por si só a necessária
orientação de uma linha econômica.
Por outro lado existe no campo
das várias ciências, como na História, antropologia, sociologia etc., um
confronto, que já é de largo tempo, entre aqueles que consideram que o Brasil
só conseguiria modernizar-se economicamente de maneira associada e dependente
ao capital financeiro internacional e aqueles que lutam pelo protagonismo do
País e da sociedade brasileira.
Além da subordinação intelectual
às grandes metrópoles mundiais seja à Inglaterra, de ontem, quanto aos Estados
Unidos hoje.
Daí resulta aquilo que já se
chamou a sociologia do desgosto para com o Brasil. Uma visão cosmopolita
subordinada, a incapacidade de pensar o país a partir das suas particularidades
e necessidades. Dos seus objetivos estratégicos e prioridades enquanto Estado
independente, das aspirações da sociedade nacional. Na verdade, é o velho
complexo de inferioridade citado por Nelson Rodrigues.
É fundamental vencer a ideia da
dependência ideológica bradada pela grande mídia oligárquica, encontrar rumos
que apontem um novo projeto nacional de desenvolvimento econômico.
São desafios que serão
enfrentados através da construção de ampla frente democrática patriótica contra
as forças retrógradas, em defesa do Brasil e por um desenvolvimento econômico
mais avançado.
O país necessita enfrentar uma
crise política muito complexa, onde forças conservadoras buscam
sistematicamente, com o apoio da mídia hegemônica, interromper o legítimo
resultado das eleições presidenciais, ao tempo em que é fundamental compor um
novo ciclo de crescimento virtuoso.
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